Para Renan, Serraglio é ‘excelente nome’ para a Justiça
Investigado na Operação Lava Jato, líder do PMDB no Senado disse que investigação "caminha por si só" e não será "atrapalhada por ninguém"
O líder do PMDB do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou na tarde desta quinta-feira que a escolha do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) para comandar o Ministério da Justiça recaiu sobre um “excelente nome”. “É um parlamentar respeitado, tem trânsito com todo mundo e vai fazer um bom trabalho”, disse.
Investigado na Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça, Renan afirmou que nada – nem mesmo Serraglio – poderá parar o avanço da operação, que, em sua avaliação, “caminha por si só”. “Ela (a Lava Jato) jamais será atrapalhada por ninguém e o Osmar, o perfil dele, aponta na direção que vai fazer um grande trabalho não só na Lava Jato, mas também com todas as operações”, considerou.
O Palácio do Planalto oficializou no início da noite desta quinta-feira a nomeação do peemedebista paranaense à pasta que era ocupada pelo novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em mensagem lida pelo porta-voz Alexandre Parola, o presidente Michel Temer classificou Osmar Serraglio como “jurista e congressista com larga trajetória parlamentar na Câmara de Deputados” e que “traz sua ampla experiência profissional e política para o trabalho de levar adiante a agenda de atribuições sob sua responsabilidade”.
Rompimento
Renan Calheiros não quis comentar a decisão do primeiro-vice-presidente da Câmara, o correligionário Fábio Ramalho (MG), de anunciar o rompimento com o governo após a bancada de Minas ter ficado, após a definição do novo ministro, fora do primeiro escalão da gestão Michel Temer.
“Você não pode ter uma conotação meramente pessoal na nomeação de qualquer um para o ministério”, avaliou. Renan destacou que o PMDB do Senado não fez qualquer movimento para emplacar o novo ministro da Justiça e destacou que, dos nomes postos, Serraglio está entre os melhores “sem dúvida”.
A indicação de Serraglio para a Justiça tem causado desconforto dentro do PMDB da Câmara. Deputados externaram preocupação com a pouca influência que paranaense tem sobre a bancada do PMDB e a dificuldade de reverter sua nomeação em apoio à agenda de Temer.
Blackout
O líder do PMDB no Senado também não quis comentar a 38ª fase da Lava Jato, a Blackout, em que foram decretadas as prisões dos lobistas Jorge e Bruno Luz, respectivamente pai e filho. Mais cedo, o procurador da República, Diogo Castor de Mattos, da força-tarefa da operação, havia declarado que “agentes políticos do PMDB no Senado” foram beneficiários de parte dos 40 milhões de dólares em propina supostamente repassada pelos dois.
Renan repetiu o que constava em sua nota oficial divulgada ainda pela manhã, na qual diz não ver Jorge Luz há 25 anos. E que não teve nenhuma relação com ele.
“O senador Renan Calheiros reafirma que a chance de se encontrar qualquer irregularidade em suas contas pessoais ou eleitorais é igual a zero. O senador reitera ainda que todas as suas relações com empresas, diretores ou outros investigados não ultrapassaram os limites institucionais. Embora conheça a pessoa mencionada no noticiário (Jorge Luz), não o vê há 25 anos e que não possui nenhum operador”, diz a nota do peemedebista.
(com Estadão Conteúdo)