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Padre da Igreja Católica é denunciado por estupro de vulnerável

Caso revelado por VEJA chega à esfera criminal. No processo canônico, punição foi branda

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 28 Maio 2021, 11h30 - Publicado em 28 Maio 2021, 10h47

O padre Bartolomeu da Silva Paz foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por estupro de vulnerável, no fim de abril deste ano. O processo foi instaurado na Sétima Vara do Fórum Criminal em São Paulo. Ele é acusado de violentar reiteradamente o jovem Elissandro Dias Nazaré de Siqueira, com quem manteve contato entre julho de 2014 e setembro de 2016, na paróquia de Mont Serrat no bairro de Pinheiros, na capital paulista.

O caso foi revelado por VEJA em agosto de 2019. Elissandro narrou  a própria história, contando que, em 2014, foi sedado e violentado pelo padre em uma chácara da Associação do Bem Estar para o Idoso, da qual era presidente à época. Eli, como o jovem é conhecido, tinha então 17 anos. Em seguida, deu-se início a um relacionamento abusivo, que se prolongou por dois anos. Segundo o relato,  padre acolheu o jovem e, em troca, passou a exigir favores sexuais, conforme denunciado agora pela Segunda Promotoria de Justiça Criminal.

“A partir de então, a prática dos atos libidinosos, inclusive na casa paroquial, se tornou frequente. As investidas passaram a ser rotineiras, e a vítima, sentindo-se constrangida, envergonhada e com medo, pois o denunciado já havia afirmado que possuía uma arma de fogo na casa paroquial, acabou por ceder. Afinal, Elissandro, rapaz jovem, estava sozinho em uma metrópole desconhecida, sem condições financeiras e não tinha a quem se socorrer” diz a denúncia.

Na peça apresentada pelo MP, também há detalhes dos encontros entre o jovem e o padre:”O denunciado arrumou local para a vítima morar e após esta ter deixado o emprego que tinha numa rede de lanchonetes, passou a trata-lo como um secretário, responsável por várias atividades da paróquia. Com frequência, Bartolomeu determinava que a vítima lixasse seus pés e, posteriormente, nele praticasse sexo oral, ou pegava a mão de Eli e colocava sobre seu pênis, afirmando que se fizesse carícias seria recompensado por ele com o pagamento de cursos e tratamento dentário”.

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Em janeiro desse ano, uma segunda vitima de Bartolomeu também deu seu depoimento a VEJA, contando que foi abusado pelo mesmo padre, em 2004. Além do processo criminal, o caso também foi objeto de uma ação na esfera trabalhista, em que Elissandro pedia o reconhecimento do vínculo com a paróquia de Mont Serrat, o que foi negado pela Justiça. Uma outra ação por danos morais corre na 10ª Vara Cível de São Paulo em segredo de Justiça. Já na esfera do direito canônico, o padre, cujo caso chegou ao Vaticano, recebeu uma punição branda: três anos de afastamento e um ano de reclusão em uma casa para clérigos. Para a Igreja, até o momento, o relacionamento entre Eli e Bartolomeu foi consensual.

“A aceitação da denúncia na esfera criminal demonstra que essa relação entre bartolomeu e Elissandro jamais foi homoafetiva, ou amorosa, conforme defende a Igreja”, diz Guilherme Dudus, advogado da vítima.

O advogado de Bartolomeu da Silva Paz, Matheus Sobral, diz que o cliente é inocente e que tudo está esclarecido nos processos judiciais.

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