Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Onda de violência escancarou crise na segurança pública do Rio em 2023

Copacabana, o bairro das calçadas sinuosas celebrado em prosa e verso, registrou de janeiro a outubro mais de 5 mil ocorrências, entre roubos e furtos

Por Lucas Mathias Atualizado em 24 dez 2023, 08h06 - Publicado em 24 dez 2023, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Há muito atormentado pelo crime organizado, enraizado em toda a região metropolitana, o Rio de Janeiro teve sua crise na segurança pública escancarada este ano em sucessivos episódios de abominável violência. Um dos mais tenebrosos ocorreu à mesa de um tranquilo quiosque na orla da Barra da Tijuca, cercado de condomínios de alto padrão. Quatro médicos que visitavam a cidade para participar de um congresso batiam papo quando bandidos saíram de um carro parado na avenida e fuzilaram o grupo. Três morreram e um ficou ferido. O crime, soube-se depois, foi por engano: uma das vítimas, Perseu de Almeida, 33 anos, foi confundida com o miliciano Taillon Barbosa, o real alvo dos tiros (mais do que depressa, a quadrilha puniu o equívoco, executando os executores). Instada a agir, a polícia deflagrou uma de suas ineficientes operações em favelas, na qual mata chefes do crime (e inocentes) que são imediatamente substituídos. Neste caso, houve troco: os milicianos de um certo Bonde do Zinho incendiaram 35 ônibus e um trem, em plena luz dia, alguns com passageiros dentro, que tiveram que correr para as saídas.

    Entre trocas na cúpula da segurança promovidas pelo governador Cláudio Castro e sinais de ajuda do governo federal, que despachou a Guarda Nacional para fiscalizar portos, aeroportos e rodovias, a bandidagem segue agindo solta e enxovalhando a imagem do Rio de Janeiro dentro e fora do país. Copacabana, o bairro das calçadas sinuosas celebrado em prosa e verso, registrou de janeiro a outubro mais de 5 000 ocorrências, entre roubos e furtos, segundo o Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP-RJ). Dias depois de um fã de Taylor Swift, no Rio para o show da cantora, ser esfaqueado até a morte na orla da praia após ter seus pertences roubados, um cidadão que tentou impedir outro assalto no bairro foi violentamente espancado a chutes e socos por bandidos até desmaiar — tudo captado por câmeras de segurança. Roubos e arrastões levaram moradores de Copacabana a, via grupos de aplicativos, convocar vizinhos a fazer justiça com as próprias mãos — o tipo de atitude que só reproduz a violência, sem resolver nada. Triste Rio de Janeiro, retrato do Brasil.

    Publicado em VEJA de 22 de dezembro de 2023, edição nº 2873


    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.