A exoneração do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, um dia depois de uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os representantes das Forças Armadas ocorreu, segundo fontes ligadas ao governo, porque a pacificação que se esperava ao marcar o encontro não ocorreu. O presidente segue insatisfeito com a reação do Alto Comando às manifestações antidemocráticas do dia 8 de janeiro. Esperava mais vigor na defesa da democracia e demonstração clara de fidelidade.
O general Tomás Miguel Ribeiro, comandante Militar do Sudeste, escolhido para o lugar, fez defesa enfática do resultado das eleições, na última quarta-feira, 18. O tom ameno do ministro da Defesa, José Múcio, que já não vinha agradando o presidente, não foi suficiente para garantir o entendimento. Foi Múcio que, no dia 6 de janeiro, dois dias antes dos atos golpistas, confirmou o general Júlio César de Arruda no cargo. Ele estava interino desde o dia 30 de dezembro.