O novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, não é o mais otimista membro do atual governo. Há pouco mais de um mês, ele afirmou a empresários em um encontro promovido pela Fecomércio em São Paulo que só falava que o país estava saindo da recessão para “ajudar o presidente” Michel Temer (PMDB). Na época, então presidente do IBGE, ele disse que o país está, no máximo, caminhando para uma leve estagnação econômica.
“Nós estamos estancados. O Brasil, deputado, segundo as contas que fizemos lá, uma reversões estatísticas, econométricas, sob o meu (inaúdível) avantajadas, nos indicam com muita clareza: o Brasil colocará, sobre sua base, qualquer que seja, dizem os economistas conservadores, que nós estamos estancados. Aí, quando crescermos muito, vamos crescer dois por cento ao ano, não sei se vocês percebem que é assim que o pessoal do mercado pensa. Se for um ano muito bom, [vamos crescer] de dois e meio a três. Se não for um ano muito bom, um e meio. Então, na média, uns dois”, afirmou.
Na plateia, alguém comenta: “É um voo de galinha”.
Rabello rebate: “Um voo de coisa nenhuma. É xingar a galinha, não é? A galinha que anda para trás. Cisca para trás porque, vejam bem, gente, três anos de recessão. E não me digam que estamos saindo. Tem que falar para ajudar o presidente. Que saída de recessão é essa com 13,5 milhões de desempregados. Nós saímos da recessão para uma suave estagnação”, completou.
O encontro ocorreu no dia 19 de abril e teve a participação do relator do projeto da reforma tributária, o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e do assessor especial da Presidência da República, Gastão Alves de Toledo.
Ouça o áudio da fala de Paulo Rabello de Castro na Fecomércio: