Necropsia acha fragmento de projétil em Marielle Franco
Material será comparado a outros encontrados no carro da vereadora e na cena do crime; no centro da atuação da intervenção no Rio, milícias seguem suspeitas
Pelo menos um fragmento de projétil foi encontrado pelos peritos do Instituto Médico-Legal (IML) na cabeça da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), morta com quatro tiros na cabeça no dia 14 de março passado.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 25, pela emissora de TV paga GloboNews. Segundo o canal, esse fragmento será comparado com outros pedaços de balas recolhidos na cena do crime e no carro onde Marielle estava quando foi morta. A polícia fez nesta semana uma nova perícia no automóvel.
A necropsia também constatou que os quatro tiros que mataram Marielle entraram pelo lado direito do rosto dela, na região entre a sobrancelha e a orelha.
Investigação
Em declaração recente, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a “principal hipótese” das investigações é a de que Marielle e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, tenham sido assassinados pelas milícias que hoje atuam no Rio de Janeiro.
“Eles (policiais) partem de um grande conjunto de possibilidades e vão afunilando isso pouco a pouco. Estão, praticamente, com uma ou duas pistas fechadas. Eu diria que, hoje, apenas uma, e que eles têm caminhado bastante adiante. A mais provável hipótese remete esse crime, muito provavelmente, à atuação de milícias no Rio de Janeiro”, afirmou o ministro.
As milícias se tornaram uma das prioridades das forças de segurança sob o comando da intervenção federal. Em entrevista coletiva após uma operação contra um desses grupos, a Liga da Justiça, o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, afirmou que as milícias diversificaram sua atuação e estão chegando a faturar cerca de 300 milhões de reais por ano.