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Milícias extorquem até malabaristas de rua no RJ, diz Polícia Civil

Segundo o chefe da Polícia Civil, paramilitares faturam cerca de R$ 300 milhões por ano; outro delegado diz que grupo atuam 'no Código Penal inteiro'

Por Estadão Conteúdo 26 abr 2018, 09h45

O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, disse nesta quarta-feira que as milícias já movimentam 300 milhões de reais por ano em atividades criminosas no Rio. Os grupos paramilitares exploram atividades como transporte irregular de vans, grilagem de terrenos, contrabando de mercadorias e tráfico de drogas.

Praticam até extorsões contra malabaristas que se apresentam nas ruas, em semáforos, em troca de pequenas gorjetas. O comando da polícia defende as operações contra a milícia, destacando que o grupo já cresce mais que as facções criminosas no estado.

“Estamos, sim, no caminho certo do combate às milícias, que são a organização criminosa que mais cresce hoje no Rio”, disse o delegado. “As milícias exploram todo tipo de crime, homicídio, roubo, latrocínio e também o tráfico. Dados iniciais mostram que faturam 25 milhões de reais por mês, cerca de 300 milhões por ano, uma magnitude nefasta de poder.”

Rivaldo fez a análise ao apresentar o balanço de uma operação feita pela Polícia Civil desde a madrugada de quarta-feira na zona oeste. A ação mirava a Liga da Justiça, maior milícia do Rio, e resultou na prisão de dezoito pessoas, uma delas em flagrante.

Levantamento do Ministério Público divulgado este ano mostra que em 2010 as milícias dominavam 41 comunidades da zona oeste. Agora, o número chegou a 88 localidades este ano. As milícias são também as principais suspeitas do assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março.

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O principal objetivo da operação realizada nesta quarta-feira, 25, era, justamente, atingir o braço econômico da organização, cortando suas fontes de renda. Segundo o secretário, há informações de que as milícias já estariam atuando com facções do tráfico de drogas.

‘Um grande baque’

O diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital, delegado Fábio Barucke, considerou que foi “um grande baque na engrenagem das milícias”. “Os milicianos visam a obter lucro diante do terror que propagam. Quando a população se vê apavorada, a milícia cobra por segurança, serviços básicos de transporte e gás, pelo ‘gatonet’, por tudo.”

A operação, que começou às 4h, envolveu dois helicópteros, dois blindados e mais de cem viaturas. A ação foi concentrada em Santa Cruz, na zona oeste, área de tradicional domínio da Liga da Justiça, e envolveu diversos departamentos. “A milícia atua no Código Penal inteiro”, resumiu o delegado Antonio Ricardo, responsável pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Segundo o delegado, milicianos vêm atuando até na grilagem e venda de terrenos irregulares e também na extração de barro.

O chefe da Polícia Civil reafirmou em diversos momentos da entrevista o compromisso da corporação no combate às milícias. De acordo com as autoridades, o próximo passo será investigar a corrupção de políticos por parte da organização criminosa.

Soltura

A Justiça do Rio determinou nesta quarta-feira a libertação de 137 dos 159 homens presos em 7 de abril, durante uma festa na zona oeste que teria sido organizada por milicianos.

Até às 9h desta quinta, todos os presos continuavam no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Ainda não há informações sobre o procedimento de soltura.

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