Não sabemos a quantidade de óleo que está por vir, diz ministro da Defesa
Fernando Azevedo e Silva afirma que acidente ‘é uma situação inédita no mundo’ e que esse tipo de óleo não é perceptível por radar ou satélite
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse nesta segunda-feira, 4, que não sabe a quantidade de óleo derramado que poderá atingir o litoral brasileiro. “É uma situação inédita. Esse desastre nunca aconteceu no Brasil e até no mundo. Esse tipo de óleo não é perceptível pelo radar, pelo satélite. Não sabemos a quantidade (de óleo) derramado que está por vir”, afirmou.
A declaração do ministro foi um esclarecimento à afirmação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que o “pior está por vir”. Azevedo e Silva disse que o governo está “acompanhando a evolução” e avança na investigação sobre responsáveis pelo óleo.
Bolsonaro esteve na Defesa nesta segunda-feira para receber informações sobre as investigações. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não participou da reunião, pois está no Parque Nacional de Abrolhos, na Bahia, área atingida pelo óleo.
Azevedo e Silva disse que as ações avançam simultaneamente em três frentes: apuração sobre responsáveis pelo derramamento, identificação das manchas de óleo no mar e contenção de danos nas praias.
A Polícia Federal aponta o navio Bouboulina, de bandeira grega, como “suspeito” pelo derramamento. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foram recolhidos quase 4 mil toneladas de resíduos de óleo das praias.
De acordo com investigações prévias, o vazamento teria ocorrido durante um procedimento conhecido como “ship to ship”, em que a embarcação transfere combustível para outra embarcação. Isso foi feito em águas internacionais e, no caso do navio grego, teria sido feito próximo à Malásia, onde pode ter ocorrido o derramamento.
O governo federal anunciou nesta segunda o começo da segunda etapa da Operação “Amazônia Azul – Mar Limpo é Vida”, para conter o avanço do óleo sobre praias do Nordeste. As Forças Armadas devem realizar “ações humanitárias relacionadas ao meio ambiente, cooperação na recuperação de áreas marítimas atingidas e monitoramento das Águas Jurisdicionais do Brasil”, informou a Defesa.
(Com Estadão Conteúdo)