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Defender Fernanda Montenegro foi determinante, diz exonerado da Funarte

Pianista Miguel Proença deixou o comando do órgão responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas na área cultural

Por Estadão Conteúdo 4 nov 2019, 15h23

O pianista Miguel Angelo Oronoz Proença disse nesta segunda-feira, 4, que defender a atriz Fernanda Montenegro foi determinante para a sua exoneração da presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cidadania, comandado por Osmar Terra.

A exoneração do músico foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 4. Doutor em Música e pianista de renome internacional, Miguel Proença estava desde fevereiro deste ano na presidência da Funarte, que é responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento a artes visuais, música, circo, dança e teatro. A publicação não traz o substituto de Proença.

Proença prometeu um concerto em homenagem à atriz após, no final de setembro, o diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen) da Funarte, Roberto Alvim, chamá-la de “intocável” e “mentirosa” em publicação nas redes sociais. “Irritou profundamente (defender a atriz). A pessoa devia estar contrariada com ela. Não sei o porquê. Fui um dos primeiros a me manifestar. Não pensei em política, pensei em mandar um abraço a uma amiga”, disse Proença, sem citar Alvim.

“O que fazer com pessoas que não entendem esse relacionamento com outros artistas e querem impor uma maneira de salvar o mundo através só dá religião? Minha religião é agradar o público”, afirmou o pianista. Proença conta ter sido surpreendido pela exoneração, publicada nesta segunda-feira, dia 4, no Diário Oficial da União. Ele afirmou estranhar que o ato tenha sido assinado por Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, em vez de Osmar Terra, da Cidadania, área responsável pela gestão da Cultura.

Doutor em Música e pianista de renome internacional, Proença, de 80 anos, estava desde fevereiro deste ano na presidência da Funarte, que é responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento a artes visuais, música, circo, dança e teatro. O pianista disse que não tratou sobre a demissão com o presidente Jair Bolsonaro, Terra e Alvim. Ainda afirmou ser “curioso” que apenas ele tenha sido derrubado da fundação.

Proença foi convidado por Terra a presidir a Funarte. O ministro teria admiração por seu trabalho como músico e gestor da área de cultura e chegou a pedir coletânea de sua obra para levar a viagens ao exterior, relata Proença. Ele evita criticar declarações de Bolsonaro sobre a cultura. Proença afirmou que as políticas do setor deviam ser melhor explicadas ao presidente. “A palavra dele é definitiva.”

Proença disse que aconselharia Bolsonaro a ouvir “pessoas do setor”. Para o pianista, a gestão da cultura pode melhorar, “se houver mais calma, se não houver corte de projetos”.

Mudanças

Cotado para assumir a presidência da Funarte ou a Secretaria Especial de Cultura, antigo Ministério da Cultura, Alvim reuniu-se com Bolsonaro na última sexta-feira, dia 1º. Caso vire secretário, o Planalto terá como desafio acomodar Alvim e Osmar Terra sob o mesmo teto. A relação de ambos é vista como conturbada no governo.

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Como saída, há discussões para transferir a gestão da cultura ao Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves. Havia também estudo para a secretaria ser alocada no Ministério da Educação, o que já teria sido descartado.

Proença desejou “sucesso” e disse estar à disposição de Alvim, caso ele assuma a Funarte. No entanto, afirmou que atual diretor do órgão deve trabalhar para o público. “Ele é um ator e diretor que tem talento. Mas, por favor, que dirija para agradar o público e não para agradar autoridades. Ele está fazendo o contrário”, afirmou o pianista.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Cidadania não se manifestou.

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