Mulheres sofrem com machismo na carreira federal, revela pesquisa
Novo estudo aponta disparidades de gênero entre profissionais do setor
Uma pesquisa sobre mulheres em cargos de liderança no Executivo federal, conduzida pela Universidade de Brasília (UnB) e encomendada pelo Movimento Pessoas à Frente, revelou a ainda existente presença do machismo no ambiente de trabalho. 64,2% das mulheres citaram o sexismo como empecilhos na carreira, enquanto 45,7% mencionaram desrespeito em local profissional, incluindo assédio moral. Além disso, 71,4% destacaram a dificuldade de conciliar o trabalho com as demandas de cuidado e maternidade, tornando-se um dos principais desafios enfrentados por elas.
O levantamento também evidenciou que 72,8% das entrevistadas sentem uma cobrança excessiva e a necessidade de excelência constante, especialmente para mulheres negras, que relataram ter que superar padrões mais rígidos para alcançar os mesmos cargos que os homens. Apesar de serem 42% dos ocupantes de cargos de chefia no Executivo federal, as mulheres representam apenas 27% nas funções de alto escalão, como secretarias executivas. A disparidade racial é ainda mais gritante, com apenas 8% dos cargos de chefia ocupados por mulheres não-brancas.
Para avançar na igualdade de gênero, 51,4% das entrevistadas defenderam políticas afirmativas, como a reserva de metade dos cargos de liderança para mulheres. A criação de programas de capacitação e mentorias foi apontada por 42,8%, enquanto 28,5% destacaram a importância de políticas de cuidado, especialmente para mães e gestantes.