Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

MST destrói 15 anos de pesquisa em biotecnologia

Cerca de 1.000 mulheres invadem centro de pesquisa e depredam viveiros com mudas de eucalipto transgênico em Itapetininga, interior de São Paulo

Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 10h23 - Publicado em 5 mar 2015, 22h21

Em uma ação criminosa e obscurantista, cerca de mil mulheres do Movimento dos Sem-Terra (MST) depredaram e destruíram nesta quinta-feira mudas de árvores transgênicas que eram objeto de pesquisa há quinze anos no interior de São Paulo. Elas invadiram e ocuparam um centro de pesquisa da FutureGene, empresa do grupo Suzano Papel e Celulose, em Itapetininga (SP). A Polícia Militar teve de intervir, mas ninguém foi preso, de acordo com o Jornal Nacional, da TV Globo. A Polícia Civil investiga o caso.

O alvo da fúria do MST eram as mudas de uma espécie de eucalipto transgênico, H421. Com lenços encobrindo o rosto, barras de ferro, machados e facões em punho, elas bloquearam e picharam a entrada da empresa. Assim que conseguiram entrar no local, foram direto à estufa onde os cientistas faziam testes com as mudas. Em um ato de selvageria – enaltecido em vídeo publicado pelo grupo, no qual a empresa é chamada de “maldita” – bateram com pedaços de pau nos viveiros, arremessaram as mudas geneticamente modificadas no chão e as pisotearam.

https://www.youtube.com/watch?v=mnMaEU1xBYQ

Pela manhã, cerca de 300 pessoas organizadas pela Via Campesina invadiram a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em Brasília. Na pauta, estava a liberação de três novas variedades de plantas transgênicas no Brasil: os milhos resistentes ao 2,4-D e ao haloxifape, além do eucalipto transgênico. A reunião foi interrompida e a votação passará para a primeira quinzena de abril.

Continua após a publicidade

Os desenvolvedores afirmam que o eucalipto modificado terá maior produtividade e será usado para indústria madeireira. A FuturaGene prevê que a plantação destas árvores transgênicas permitirá um aumento de 20% na produtividade do eucalipto, o que colocaria o país na vanguarda da produção mundial de pasta de papel obtida de sua fibra.

‘Males’ – O MST justifica os atos como uma denúncia dos supostos “males dos transgênicos” ao meio ambiente e em defesa “da segurança alimentar e de alimentos saudáveis”. Eles argumentam, por exemplo, que essa espécie de eucalipto em desenvolvimento aumentaria o gasto de água em até 30 litros por dia para cada muda. “O princípio da precaução é sempre ignorado pela CTNBio. A grande maioria de seus integrantes se coloca a favor dos interesses empresariais das grandes multinacionais, em detrimento das consequências ambientais, sociais e de saúde pública”, disse ao site do MST Atiliana Brunetto, integrante da direção nacional do MST.

O grupo diz que a nova espécie colocaria em risco a produção brasileira de mel. Lideranças do movimento argumentam que a maior parte do produto é feita a partir do eucalipto. Com a introdução do transgênico, segundo a tese, as abelhas poderiam contaminar a produção com os elementos da nova variedade. Assim, o mel nacional poderia sofrer restrições no mercado internacional, além de possíveis ameaças à saúde dos consumidores e das abelhas.

Continua após a publicidade

De acordo com a organização de camponeses, para prevenir pragas, a plantação de eucalipto transgênico precisa do uso de produtos agrotóxicos como a sulfluramida, um elemento cancerígeno e proibido pelo Convênio de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, assinado por 153 países, entre os quais está o Brasil.

Histórico – A destruição das mudas é apenas uma das ações questionáveis do MST, um movimento que, como já mostrou VEJA em diversas reportagens, é comandado por agitadores profissionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, usam uma multidão de desvalidos como massa de manobra para atingir seus objetivos financeiros. Sua arma é o terror contra fazendeiros e também contra os próprios assentados que se recusam a cumprir as ordens dos chefões do movimento e a participar de saques e atos de vandalismo. Com os anos, o movimento passou por um processo de mutação. Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam dissimular as ações criminosas do grupo invocando a causa da reforma agrária. Há muito isso não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, destrói e saqueia – e seus alvos, agora, não são mais apenas os chamados latifúndios improdutivos.

(da Redação, com EFE, Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.