Em artigo publicado na edição de VEJA desta semana, o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, diz que as críticas feitas às prisões preventivas da operação não são decorrentes da “quantidade, a duração ou as colaborações decorrentes” delas, mas “à qualidade dos presos provisórios”. “O problema não são as 79 prisões ou os atualmente sete presos sem julgamento, mas sim que se trata de presos ilustres. Por exemplo, um dirigente de empreiteira, um ex-ministro da Fazenda, um ex-governador e um ex-presidente da Câmara dos Deputados”, afirma o magistrado. No texto, ele diz ainda que o número de prisões preventivas fica bem abaixo do verificado em outros casos de investigações rumorosas, como a Operação Mãos Limpas, na Itália – cerca de 800 nos três primeiros anos, entre 1992 e 1994, somente em Milão. Para o juiz, também não procedem as críticas à longa duração das prisões. “Há pessoas presas, é verdade, desde março de 2014, mas nesses casos já houve sentença condenatória e, em alguns deles, até mesmo o julgamento das apelações contra a sentença”, escreve.
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