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Mina da Braskem em Maceió afunda 8,6 centímetros em um dia

Defesa Civil mantém alerta para risco de colapso iminente do solo e recomenda que ninguém passe na área

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 dez 2023, 17h38 - Publicado em 9 dez 2023, 16h44
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  • A situação fica cada dia mais crítica nas minas de sal-gema operadas, por quarenta anos, pela Braskem, em Maceió. No mês de novembro, cinco tremores de terra fizeram a Defesa Civil emitir alerta para o risco de colapso próximo à Lagoa Mundaú. Ali fica a mina 18, onde existe o perigo iminente de o solo desabar, formando uma cratera grande o suficiente para abrigar o estádio do Maracanã. Ainda constataram que essa instabilidade pode afetar outras duas minas vizinhas. Desde então, a Defesa Civil monitora a movimentação do terreno, que se agrava com o passar das horas. Neste sábado (9), o local cedeu 8,6 centímetros. No dia anterior, a movimentação foi menor, de 5,2 centímetros.

    O aumento da instabilidade fez o órgão manter o alerta para risco de colapso da mina, que fica na região do antigo campo do CSA, no bairro Mutange. A Defesa Civil pede para a população não transitar na área desocupada até nova atualização. Enquanto isso, medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo. A desocupação da região começou em 2019, quando o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou a Braskem como responsável do colapso do solo. Recentemente,  foi fechado um hospital e uma igreja da região.

    Em Bebedouro, bairro vizinho a Mutange, a população foi tirada às pressas de casa, no dia 1º de dezembro. A Defesa Civil orientou que se abrigassem nas escolas municipais por precaução. Isso gerou revolta e até protestos. Ao todo, mais de 14 mil imóveis já foram desocupados ao longo do tempo. Mesmo com os tamponamentos e preenchimento das minas, realizados pela Braskem, o problemas continua se agravando.

    Para extrair  sal-gema, matéria-prima usada na fabricação do PVC e da soda cáustica, a empresa abriu poços que ficam a uma distância da superfície  equivalente a altura de um prédio de 40 andares. Ao longo de cinco bairros, há 35 poços. A região transformou-se em um grande formigueiro, cheio de buracos e fofo. A exploração começou em 1979 e se manteve até 2019, quando foi suspensa, devido ao laudo do CPRM. A Braskem foi multada nesta semana em R$ 72,3 milhões.

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