Quase três anos após o estupro coletivo de quatro adolescentes no pequeno município de Castelo do Piauí, no sertão do estado, chocar o país e o mundo pela crueldade, mais uma etapa do caso foi concluída na madrugada de quarta-feira. O mentor da barbárie, Adão José Sousa, de 43 anos, foi condenado em primeira instância, no Fórum de Castelo do Piauí, a 100 anos e 8 meses de prisão.
O réu foi considerado culpado pelos crimes de estupro consumado, homicídio consumado, homicídio tentado, porte ilegal de arma e corrupção de menores, já que, conforme denúncia do Ministério Públicco, Adão teria envolvido quatro menores no crime.
O caso corre em segredo de Justiça e o julgamento pelo tribunal do júri aconteceu a portas fechadas, mas, segundo informações de servidores do Fórum de Castelo do Piauí, as três sobreviventes foram ouvidas, além de testemunhas de defesa e acusação.
Em 27 de maio de 2015, o crime chamou a atenção pela violência com que as vítimas foram tratadas. As quatro adolescentes, com idades entre 15 e 17 anos, foram amarradas, agredidas, estupradas e depois jogadas do alto de um penhasco de mais de 6 metros de altura próximo a um ponto turístico da cidade. Uma das jovens, de 17 anos, teve a face esmagada, lesões no pescoço e no tórax e, em decorrência dos ferimentos, morreu dez dias após o crime.
Após a leitura da sentença, às 3h47 da última madrugada, a defesa manifestou que vai recorrer da decisão. O juiz não concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade. Adão José Sousa está detido desde o dia 29 de maio de 2015. A defesa nega todas as acusações e alega que o réu sequer estava na cidade no dia do crime.
Os menores envolvidos no estupro foram internados em 2015 em um centro educacional de Teresina para cumprirem medidas socioeducativas. Um deles foi assassinado após briga com os comparsas no crime, depois de apresentar uma versão diferente do depoimento dos outros três jovens.