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Mensagens relacionam suspeito de matar Marielle com ex-chefe de polícia

Investigadores apuram se há uma rede de proteção dos executores da vereadora do PSOL

Por Leandro Resende
15 mar 2019, 20h14

O sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, preso suspeito por ter executado a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, quase fugiu e sumiu do mapa. Ele foi detido na madrugada do dia 12 de março saindo, à sorrelfa, de seu condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Carregava o passaporte, três celulares, 60.000 reais em espécie e uma máquina de contar dinheiro. Mesmo com a ação policial antecipada, para evitar vazamentos, Lessa quase conseguiu escapar da cadeia. Ele já sabia que seria alvo de uma operação. Agora, a Polícia Federal investiga como o suposto assassino ficou sabendo que seria detido – e se alguém da Polícia Civil está envolvido nesse caso.

Mensagens de WhatsApp encontradas no celular de Lessa estão sendo utilizadas como uma importante pista. O material revela uma relação do suposto executor de Marielle com o delegado Allan Turnowski, responsável por chefiar as delegacias da capital carioca. “Dr. Allan manda um abraço”, diz uma das mensagens, enviadas pelo inspetor Vinícius Lima, amigo de infância de Lessa. Em outro momento, o policial diz que “dr. Allan” perguntou por Lessa. Em um terceiro contato, Vinícius Lima diz que tem uma “proposta boa de trabalho” para Lessa. À VEJA, o inspetor confirmou que trocava mensagens com o amigo, mas diz que não sabia do envolvimento do ex-policial com a contravenção. Disse, ainda, que não se recorda da “proposta” que fez para o sargento reformado da PM.

“Doutor Allan” voltou para a cúpula da Polícia Civil neste ano, indicado pelo governador Wilson Witzel. O delegado ficou quase oito anos longe da corporação. Ex-chefe do órgão, ele deixou o cargo após ter sido indiciado por vazar informações relacionadas à Operação Guilhotina, deflagrada em 2011 – e que teve o ex-PM Élcio Queiroz, motorista do carro usado por Lessa para fazer os disparos, como um de seus alvos. As acusações contra ele, no entanto, foram arquivadas. No total, 30 policiais civis e militares foram denunciados por ligações com milicianos e traficantes.

Procurado, Turnowski afirmou não ter qualquer relação pessoal com o suposto executor, e que, por ter sido chefe da corporação, conhece muitos policiais. “Operacionalmente, ele (Lessa) sempre foi reconhecido como um cara muito bom”, afirmou.

Lessa entrou para a Polícia Militar do Rio na década de 1990 até se tornar adido da Polícia Civil, onde trabalhou em delegacias especializadas em repressão a roubo de cargas e a armas e explosivos. Foi nesse período que o suposto executor de Marielle desenvolveu diversos contatos na corporação. Procurado, o advogado de Lessa, Fernando Santana, não retornou aos contatos da reportagem.

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