Lula e Bolsonaro: com que roupa eu vou?
Os candidatos exibem figurinos e adereços para passar ideias e conquistar votos
Vários adereços usados por Lula e Bolsonaro ao longo desta interminável campanha têm o objetivo de passar ao eleitorado ideias que cada um deles quer ver associadas a si. Mas não para por aí: até um singelo broche pode virar arma para cutucar o oponente nesta disputa polarizada como nunca se viu igual. Eis alguns exemplos:
Amarelo versus Vermelho
Este é o divisor mais visível entre os dois candidatos, com Bolsonaro sendo identificado com o amarelo da bandeira do Brasil e Lula, ao vermelho do PT. De um lado e de outro do ringue, os ataques colocam tal paleta de cores no centro. Bolsonaristas bradam “Nossa bandeira jamais será vermelha”, em uma alusão, no mesmo pacote, a petistas e comunistas. E apoiadores de Lula disparam contra o oponente por ele se usurpar da bandeira nacional, que representa a todos.
Polêmica na cabeça
Em 12 de outubro, Lula foi ao Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, para participar de um comício. Na ocasião, usou um boné com as letras “CPX”, abreviação da palavra “Complexo”. A foto acabaria sendo usada pela campanha adversária, que, disseminando uma fake news, dizia que aquilo associava Lula a uma facção criminosa inexistente – fato que chegou a ser explorado por Bolsonaro no último debate da Band. Lula, porém, não abandonou os bonés. Na sexta-feira, 21, apareceu com um no qual se lia “Zona Oeste”, em outro ato no Rio.
Times do coração
Palmeirense e botafoguense, Bolsonaro declarou apoio a praticamente todos os clubes brasileiros, vestindo politicamente suas camisas ao longo do mandato. Na reta final, fez um aceno a flamenguistas na véspera da partida da Copa do Brasil, que tinha justamente o Corinthians de Lula no campo oposto. Neste confronto, o presidente levou a melhor com a vitória do Flamengo.
Nordeste que-te-quero
Em tentativa de conquistar eleitores do Nordeste, onde Lula disparou, Bolsonaro passou a se apresentar usando o chapéu de couro típico do sertão. Lula, que nasceu em Garanhuns, Pernambuco, sempre usa o adereço quando viaja pela região.
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Broche com ideia
Depois do infeliz “pintou um clima”, frase que Bolsonaro soltou em entrevista ao se referir a um grupo de meninas venezuelanas, ele foi chamado de pedófilo pela campanha petista – acusação que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ordenou que fosse banida da propaganda de Lula. O ex-presidente, então, se manifestou por meio de um broche no formato de flor, com o qual surgiu no debate da Band. Trata-se do logotipo de um instituto que luta contra a exploração infantil. Na mesma ocasião, Bolsonaro também exibir um um broche – o de honraria do exército brasileiro.
Gravata da sorte
Ao longo de sua trajetória, Lula usou uma gravata com as cores da bandeira brasileira em momentos decisivos. Além de ostentá-la em debates, o ex-presidente a vestiu no interrogatório em que esteve diante do juiz Sérgio Moro. “Em todos os eventos importantes, vocês podem ver que eu uso uma gravata dessas, porque têm as cores do país e dão sorte”, já declarou.
Caneta humilde
Desde a eleição de 2018, Bolsonaro se vale de símbolos, digamos assim, com o intuito de reforçar um lado simples. Um deles é usar canetas Bic, com as costuma assinar decretos em público. No programa eleitoral, ele não raro aparece com uma dessas no bolso da camisa.