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Líder do PT pediu intervenção no Rio durante governo Lula

Em 2004, Lindbergh Farias encaminhou ação à Procuradoria-Geral da República alegando que a crise na segurança do estado era crítica

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 mar 2018, 18h02 - Publicado em 21 fev 2018, 16h44

Líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) subiu à tribuna nesta terça-feira com um discurso carregado contra a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. Ao iniciar a fala defendendo que o homem público precisa de “coragem para falar a verdade”, o senador classificou a medida como uma “farsa por completo” e afirmou que a proposta gestada pelo governo de Michel Temer representa uma “guerra aos pobres”. “Eu estou aqui para defender minhas convicções e ter um lado. Neste lado, estou pensando no povo mais pobre do Rio, que precisa ser tratado com respeito e dignidade, e não com essa maquiagem, com essas medidas superficiais”, afirmou.

O lado de Lindbergh, porém, já foi outro. Em 2004, portanto na gestão de seu aliado Lula, o mesmo petista foi um defensor de medida similar para conter a criminalidade no Rio de Janeiro. Partiu dele encaminhar um pedido à Procuradoria-Geral da República pedindo justamente uma intervenção federal no estado – neste caso, sem definir se seria apenas restrita à segurança pública, tal como propôs Temer.

O motivo para o pedido era o mesmo: “A crise verificada no Estado do Rio de Janeiro, provocada pela ação do crime organizado, em especial do narcotráfico nas favelas, é crítica. Inúmeros são os casos de violência perpetrados contra a população indefesa e instituições públicas”, escreveu Lindbergh, à época deputado. O documento também recebe a assinatura de Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio.

No pedido, Lindbergh também mencionou que houve um incremento do número de policiais, o que, porém, não foi convertido no controle da criminalidade. “É claro, portanto, que independentemente do número de policiais, falta estrutura para combater o crime organizado e os cidadãos vão perdendo seus direitos constitucionalmente previstos”, assinalou, há 14 anos.

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“Apesar da declaração do Ministro da Justiça, que admite o uso das Forças Armadas, o governo federal somente anunciará o estado de defesa e o uso das Forças Armadas se a governadora Rosinha Matheus pedir”, escreveu Lindbergh. “O Governo Federal deve intervir, utilizando-se dos meios necessários para restabelecer em definitivo a tranquilidade no estado, pois os motivos desta crise são os mesmo que têm comprometido o direito de ir e vir da população durante anos. Esta é uma questão que precisa ser resolvida com urgência, pois quanto mais se posterga o remédio, mais a situação se agrava.”

O petista não detalha na ação encaminhada à PGR o alcance da intervenção ou quem deveria assumir o posto-chave da medida. Temer escolheu para o cargo o general Walter Souza Braga Netto, que passa a assumir o comando da segurança pública do estado. As forças federais atuarão no Rio de Janeiro até 31 de dezembro deste ano. Apesar da contrariedade de Lindbergh e de partidos de esquerda, a proposta foi aprovada pelo Senado nesta terça e publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira.

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