Justiça manda soltar namorada de chefe do bando que queria sequestrar Moro
Aline de Lima Paixão será monitorada por tornozeleira eletrônica
A juíza Gabriela Hardt, da 9° Vara Federal de Curitiba, determinou na noite de quinta, 23, a soltura da empresária Aline de Lima Paixão, acusada de fazer parte da quadrilha que planejava o sequestro de autoridades, entre elas o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). A decisão da Hardt ocorre um dia depois de a própria magistrada ordenar a prisão da mulher, que é namorada do líder do bando, Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo.
Na decisão, a juíza levou em conta o fato de Aline possuir três filhos pequenos. “Considerando a excepcionalidade de prisão de mães com filhos menores (até 12 anos), entendo que a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares diversas, no caso, é medida que se impõem”, afirmou Gabriela, que impôs as seguintes condições:
“A) Monitoramento por tornozeleira eletrônica, não podendo ultrapassar os limites do perímetro da cidade de Franco da Rocha/SP, devendo permanecer recolhida em sua residência no horário noturno das 22h às 6h;
b) proibição de manter contato, direta ou indiretamente e por qualquer meio de comunicação, com os demais investigados e testemunhas relacionadas aos fatos em apuração;
c) compromisso de comparecimento a todos os atos do processo; comunicação de eventual mudança de residência, se for o caso; não se ausentar do local em que constituiu sua residência por mais de 8 dias, sem comunicação ao juízo do lugar onde poderá ser encontrada, sob pena de, quebrado o compromisso assumido, implicar — independentemente de outra decisão — na revogação automática dos benefícios ora concedidos, com a consequente e imediata expedição de mandado de prisão”.
No relatório da investigação da Polícia Federal, Aline é apontada como responsável por auxiliar seu namorado na contabilidade das atividades ilícitas da organização criminosa, o que é contestado por sua defesa. “A indiciada é inocente. É empresária, com boa conduta social, não tendo contra si nenhuma reprimenda penal”, afirma o advogado Jazon Gonçalves Ramos Jr.