Justiça absolve 4 PMs acusados de tortura e morte de Amarildo
Outros oito policiais condenados tiveram a condenação mantida, entre eles o ex-comandante e o ex-subcomandante da UPP da Rocinha, no Rio
A 8ª Câmara Criminal da Justiça do Rio de Janeiro absolveu nesta quarta-feira, 13, quatro dos doze policiais militares condenados em primeira instância pela tortura, morte e ocultação de cadáver do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. O crime aconteceu na base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, em julho de 2013. Os policiais tinham sido condenados pela 35ª Vara Criminal da Capital, em 2016.
Os absolvidos são os soldados Jairo da Conceição Ribas e Fábio Brasil da Rocha, antes condenados a dez anos e quatro meses de prisão, e as policiais Rachel de Souza Peixoto e Thaís Rodrigues Gusmão, cuja pena era de nove anos e quatro meses.
Jairo e Fábio foram acusados pelo Ministério Público de levar Amarildo até a base da UPP, participar do cordão de segurança em torno da unidade, enquanto ocorria a tortura, e ajudar na ocultação do cadáver. Já Rachel e Thaís foram acusadas de montar guarda em torno da UPP, junto com Jairo e Fábio.
Os outros oito policiais condenados pelo caso tiveram a condenação mantida, entre eles o ex-comandante da UPP da Rocinha, major Edson Raimundo dos Santos, e do ex-subcomandante, tenente Luiz Felipe de Medeiros.
Crime
O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza desapareceu entre os dias 13 e 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares e conduzido, da porta de sua casa, na Favela da Rocinha, zona sul do Rio, em direção à sede da Unidade de Polícia Pacificadora do bairro. De acordo com a Justiça, ele foi torturado e morto por policiais e seu corpo nunca foi encontrado.
Ao todo, 25 policiais foram processados. Um deles morreu antes da decisão, e doze foram condenados pelo sequestro, tortura, morte e ocultação do cadáver.