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Juíza diz se sentir insegura diante de ‘exército’ de advogados de Jairinho

Início de audiência para que ex-padrasto Jairo Souza Santos Júnior fosse interrogado sobre a morte de Henry teve embate entre advogados e magistrada

Por Adriana Cruz Atualizado em 14 jun 2022, 09h58 - Publicado em 13 jun 2022, 12h59

Advogados do médico e vereador cassado Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, acusado da morte do menino Henry Borel, 4 anos, e a juíza Elizabeth Louro, do 2º Tribunal do Júri, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, travaram uma verdadeira batalha antes do início do interrogatório do réu, nesta segunda-feira, 13. “Me sinto insegura e afrontada. Não pode ficar um exército em pé. Querem que eu peça para sentar? Levantar para quê? Pode falar um de cada vez, só não pode ficar em pé. Podem até sentar no colo do réu”, esbravejou a magistrada.

O interrogatório de Jairinho marcado para às 9h30 começou com mais de duas horas de atraso por causa do embate entre a juíza e os advogados. Ele responde a ação com a ex-namorada e mãe do menino Monique Medeiros. “A Ordem dos Advogados do Brasil vai representar contra a magistrada no Conselho Nacional de Justiça. A juíza me chamou de cínico”, protestou Cláudio Dalledone, um dos seis defensores de Jairinho, que chegou a sair do plenário para falar com a imprensa. Ao voltar, em nova rodada de discussão, sobre ficar em pé ou sentado, ele  sugeriu a suspensão da sessão, o que foi prontamente rechaçado pela magistrada.

Durante o bate-boca, a promotora Bianca Chagas ainda cobrou dos defensores do médico o fato de eles terem feito postagens na internet em evento da OAB no qual a juíza foi chamada de “Rainha de Copas”. O caso acabou gerando mais um  debate acalorado até que a juíza foi taxativa: “Alguém mais quer falar sobre essa insignificância que é a ‘Rainha de Copas’? Isso é misógino e não merece comentários”. Discussões encerradas, ao começar a ser ouvido, Jairinho alegou que só vai responder às perguntas dos seus advogados.

Após o interrogatório de Jairinho, será aberto prazo de cinco dias para o Ministério Público, o mesmo período em seguida, para os advogados assistentes da acusação, e as defesas de Monique e Jairinho, para os pedidos de providências antes do julgamento e a apresentação das chamadas alegações finais, onde cada um vai apontar os últimos argumentos à juíza que vai decidir se eles vão a júri popular.

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