O uniforme verde, alinhado e bem passado, de gari ficou no armário. Neste sábado 14, de tênis Osklen, óculos de proteção, máscara e avental, João Doria apagou pichações de uma mureta na avenida 23 de Maio, em São Paulo. “Pintei com enorme prazer três vezes mais a área que estava prevista para pintar e dar a demonstração de apoio à cidade e repúdio aos pichadores”, disse.
No fim do trabalho, uma lástima: seu tênis ficou todo sujo de tinta.
Apesar de reconhecer “grafiteiros e muralistas” como artistas, o prefeito afirmou que vai limitar as obras espalhadas pela 23 de Maio. “Os grafites serão mantidos em oito espaços já definidos previamente pela Secretaria de Cultura. Os demais, que já estão envelhecidos ou infelizmente foram mutilados por pichadores, serão pintados.”
Doria também voltou a falar no “grafitódromo”, espaço que quer reservar para painéis e murais na cidade, mas não informou em que região vai ser instalado. Segundo o prefeito, a área terá lojas de itens licenciados para viabilizar o negócio e será inspirada em “um bairro de Miami Beach”.
Durante o ato, o prefeito pediu para os moradores de São Paulo filmarem, fotografarem e denunciarem pichadores. “Se preferirem continuar pichando a cidade, terão o rigor da lei. É tolerância zero”, disse. Segundo a Lei de Crimes Ambientais , a pena prevista para quem pichar um monumento urbano varia de três meses a um ano, além de multa.