Um homem era resgatado pelo Corpo de Bombeiros no momento em que um prédio desabou no centro de São Paulo. Ele estava no último andar e chegou a ser dado como morto pela corporação, que agora o considera desaparecido — não há balanço oficial do número de feridos ou vítimas fatais.
“Estávamos tentando salvá-lo, mas infelizmente ele veio abaixo junto com o edifício. Foi uma tentativa rápida, habilidosa, por questão de segundos não conseguimos”, disse o coronel do Corpo de Bombeiros, Max Mena, aos jornalistas.
O fogo começou por volta da 1h30 da manhã. O prédio que desabou tinha mais de 20 andares e era uma antiga instalação da Polícia Federal. Segundo comerciantes do entorno, o local era ocupado irregularmente.
Antes de ruir, algumas pessoas pediam socorro no último andar. As chamas começaram no quinto andar, se alastrando rapidamente para os níveis superiores. Ao todo, 160 militares atuam no combate ao incêndio e no resgate das vítimas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o prédio já havia passado por vistoria, na qual foram relatadas as péssimas condições do local às autoridades do município. De acordo com a corporação,os compartimentos entre os andares eram divididos por madeira, o que ajudou a propagar as chamas.
A Defesa Civil Estadual está no local e realiza cadastramento de todas as famílias que poderiam estar no prédio no momento do incêndio.
Um edifício vizinho também foi atingido e as chamas se espalharam por dois andares. Ele foi esvaziado e interditado. Segundo o Corpo de Bombeiros, o risco de colapso é mínimo e não há vítimas deste incêndio.
A Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego foram acionadas e auxiliam os trabalhos na região. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) estão de prontidão para atender as vítimas.
Comerciantes da região relatam correria nas ruas, com clientes deixando hoteis vizinhos às pressas. As testemunhas dizem que quebraram vidraças, se espalhando rapidamente pelos andares e atingindo os prédios vizinhos.
“Eu estava em horário de serviço e escutei várias pessoas gritando, barulho de vidros caindo. Quando fui ver o que era, as ruas, que estavam desertas, ficaram cheias de pessoas desesperadas”, disse o recepcionista Flávio Gabia, que trabalha em um hotel no Largo do Paissandu. Segundo ele, vários clientes deixaram o estabelecimento quando viram o incêndio. Um hotel ao lado dos edifícios em chamas também foi esvaziado e interditado.
Devido ao combate às chamas, a CET interditou o trecho entre a avenida Rio Branco e a rua Antônio de Godói e recomenda aos motoristas que evitem passar pela região do Largo do Paisandu. Três quarteirões estão fechados na região.
(Com Estadão Conteúdo)