O governo do Rio Grande do Sul alertou nesta sexta-feira, 10, para o risco de novos deslizamentos de encostas no estado e bloqueou preventivamente trechos de quatro rodovias nas regiões da Serra e do Vale do Taquari. Boa parte do estado deve voltar a sofrer com fortes chuvas neste sábado, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A Secretaria de Logística e Transportes (Selt) encaminhou a interdição da ERS-332, entre Arvorezinha e Encantado; da ERS-129, entre Estrela, Colinas e Roca Sales; da RSC-453 (Rota do Sol), na saída para Lajeado Grande; e da ERS-452, entre Vale Real, Feliz e Caxias do Sul. Segundo o governo, os trechos serão liberados apenas para transporte de produtos essenciais e veículos de emergência.
Segundo o balanço mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, desta sexta-feira, 18h, o número de mortes subiu para 126 (eram 116 às 12h). Há 756 feridos e 141 desaparecidos. Desde o início das chuvas, 1.951.402 pessoas foram afetadas de alguma forma.
O número de municípios atingidos subiu para 441, o que equivale a 88% do total de cidades do Rio Grande do Sul (497). Há 411.337 pessoas fora de casa — 339.928 desalojados (em casa de parentes ou amigos) e 71.409 em abrigos.
Alerta de chuva
As chuvas voltaram à região metropolitana de Porto Alegre nesta sexta. Além disso, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou alerta de chuvas intensas neste sábado para as regiões Centro Ocidental Rio-grandense, Sudoeste Rio-grandense, Noroeste Rio-grandense, Metropolitana de Porto Alegre, Sudeste Rio-grandense, Nordeste Rio-grandense, Sul Catarinense, Centro Oriental Rio-grandense e Serrana (veja mapa abaixo).
⚠ #Atenção: Previsão de chuvas intensas, amanhã (11), em áreas do RS e SC. O volume total de chuva pode chegar a 100 milímetros (mm) em 24h, com ventos de até 100 km/h.
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— INMET (@inmet_) May 10, 2024
O volume total de chuva pode chegar a 100 milímetros em 24 horas, com ventos de até 100 quilômetros por hora. O instituto alerta para risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
Desde o começo da catástrofe, apenas em Porto Alegre a chuva chegou a três vezes a média histórica de maio, que é de 111 mm. Em algumas cidades, como Bento Gonçalves e Caxias do Sul, essa estatística passou dos 600 mm.
O Lago Guaíba e bacias como as dos rios Gravataí, rio dos Sinos e rio Caí, mais próximas à região metropolitana de Porto Alegre, devem ser atingidas por chuvas volumosas. O Inmet também afirma que a posição dos ventos na Lagoa dos Patos deve dificultar o escoamento de água, aumentando o risco de inundação dos municípios na região de Pelotas e Rio Grande.
O Guaíba baixou a ponto de ficar abaixo da média histórica da enchente de 1941 (quando chegou a 4,76 metros). No entanto, as medições das forças de segurança têm mostrado oscilações. A última metragem, feita às 18h, apontava 4,70 metros.
Frio na semana que vem
A partir de segunda-feira, 13, segundo o Inmet, uma frente fria mais intensa deve chegar à Região Sul. Uma massa de ar frio e seco deve provocar queda acentuada das temperaturas e diminuir a possibilidade de chuva durante a próxima semana.
Na segunda, em algumas localidades do Rio Grande do Sul, a temperatura não irá passar dos 13°C, como em pontos da campanha e da serra. Em Porto Alegre e região metropolitana, as máximas devem oscilar entre 16°C e 18°C.
Na manhã da terça, as temperaturas tendem a baixar mais podendo chegar a 3°C e 4°C na região da campanha e serra gaúcha, com possibilidade de geada nas áreas de fronteira com o Uruguai. Em Porto Alegre, a mínima deve ficar em torno dos 8°C. Já na quarta pela manhã, a mínima pode ficar entre 0°C e 1°C, com possibilidade de geada moderada a forte em alguns pontos.