O presidente Michel Temer (PMDB) teve um encontro na segunda-feira 15 com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, no Palácio do Planalto, para discutir a criação de uma polícia fardada de fronteira. A nova classe de policiais a ser criada dentro da PF teria como finalidade atuar de forma ostensiva nas fronteiras do país com seus vizinhos.
O projeto para criação de uma polícia fardada de atuação exclusiva nas fronteiras vinha sendo discutido desde a gestão do antecessor de Segovia, Leandro Daiello, e agora tem o apoio do governo federal para sair do papel. Nesta terça-feira 16 o diretor-geral vai reunir-se com integrantes da instituição e representantes das carreiras da PF.
A formação dessa polícia de fronteira ainda depende da criação de uma nova carreira dentro da PF, com atribuições específicas. Participarão da reunião com Segovia, entre outros, representantes dos delegados, dos peritos criminais, dos agentes papiloscopistas e escrivães.
Além de Temer e Segovia, estava na reunião o subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, não participou, mas disse que conversou com Segovia assim que ele saiu do Planalto. Segundo o ministro, essa PF fardada “é projeto antigo revisitado”, mas ainda não há uma determinação do prazo em que a proposta pode ser finalizada.
A pouca fiscalização por parte do governo federal nos limites do país tem sido criticada por governos estaduais e municipais. A ausência das forças federais nessas regiões tem sido utilizada como explicação para problemas de segurança pública causados nos centros urbanos pelo crime organizado ligado ao narcotráfico. O Brasil tem mais de 15.000 quilômetros de fronteiras com diversos países, alguns com rotas do narcotráfico ou mesmo produtores de drogas, como Bolívia, Peru e Colômbia e Paraguai.