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Governador do Rio é alvo de investigação de desvios na área da saúde

Conforme VEJA revelou em sua edição, Wilson Witzel está na mira da Procuradoria-Geral da República

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 Maio 2020, 11h03 - Publicado em 26 Maio 2020, 08h05

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira, 26, para apurar suspeitas de corrupção e desvio de dinheiro em meio à crise do coronavírus. A ação foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Conforme VEJA relatou em sua atual edição, Witzel está na mira de ao menos três investigações em andamento. A mais recente delas foi enviada ao STJ no último dia 12 de maio. Trata-se de uma apuração de um contrato emergencial no valor de 835 milhões de reais que o governo do Rio assinou com a Organização Social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para construir e administrar 1 400 leitos de hospitais de campanha no estado. A suspeita é que esse negócio faça parte de um esquema de desvios de dinheiro e corrupção. No início deste mês, o ex-subscretário de Saúde do governo do Rio, Gabriell Neves, foi preso por suspeita de fraudes na aquisição de respiradores e em obras de hospital de campanha.

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Em abril, Neves assinou um contrato de 56,2 milhões de reais com uma empresa cujo sócio era um estudante de 19 anos de idade que mora fora do Brasil. Essa transação envolvia a compra de aparelhos respiradores para atender pacientes infectados por coronavíruis em estado grave. Mas, até hoje, esses equipamentos não foram entregues.

Nos últimos meses, a PGR também pediu a abertura de dois inquéritos contra Witzel no Superior Tribunal de Justiça. O primeiro deles envolve uma suspeita de nomeações de funcionários fantasmas ligados a um aliado político do governador do Rio de Janeiro. Os indicados por um advogado filiado ao PSC não foram contratados diretamente por Witzel, mas sim por seus secretários. Mesmo assim, o governador terá de prestar esclarecimentos. A segunda frente de apuração, que também tramita no STJ, envolve uma suspeita de que o governo estadual montou um bunker de espionagem contra parlamentares adversários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O caso foi denunciado pelo presidente da Casa, André Ceciliano (PT), e foi compartilhado por outros deputados, que desconfiavam de um monitoramento clandestino. A PGR viu no episódio indícios suficientes para colocar Witzele um de seus secretários sob investigação.

Além dessas investigações, Witzel foi acusado de ser o “chefe supremo” de um esquema de arrecadação de propinas no governo do Rio que rendeu cerca de 30 milhões de reais. Conforme VEJA revelou, o empresário Arthur Menezes Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur”, revelou em sua proposta de delação premiada feita à PGR que empresas prestadoras de serviços estavam sendo pressionadas pelo governo do Rio a pagar propinas para a liberação de pagamentos de recebíveis. De acordo com “Rei Arthur”, o valores indevidos variavam entre 20% e 30% do contrato.

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