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Feriadão em SP preocupa prefeitos de locais turísticos: ‘Tremendo absurdo’

Prefeitura de São Sebastião pediu à Justiça autorização para bloqueios com o apoio da polícia; em Campos do Jordão, serão colocadas barreiras sanitárias

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , André Siqueira Atualizado em 19 Maio 2020, 15h56 - Publicado em 19 Maio 2020, 14h42

Cidades turísticas de São Paulo preveem um aumento no movimento de visitantes em função do feriadão que foi proposto pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), como medida para conter a proliferação do novo coronavírus. Diante dessa perspectiva, políticos locais estão se preparando para colocar postos de controle nos acessos dos municípios. É o caso de São Sebastião, no litoral norte, que tem mais de 100 quilômetros da orla mais badalada do estado, e de Campos de Jordão, o principal destino de inverno dos paulistanos.

A Câmara Municipal paulistana já aprovou a antecipação dos feriados de Corpus Christi (que seria no dia 11 de junho) e da Consciência Negra (20 de novembro) para quarta-feira, 20, e quinta-feira, 21. A proposta foi aprovada por 37 votos a 14 – um vereador se absteve – e já foi sancionada.  Covas também decretou ponto facultativo na sexta-feira. Na prática, a iniciativa cria um “feriadão” na cidade entre quarta-feira, 20, e domingo, 24. Já na Assembleia Legislativa de São Paulo, há um projeto de Doria que estende a iniciativa para o estado e ainda antecipa o feriado de 9 de Julho (quando se comemora a Revolução Constitucionalista) para segunda-feira 25, o que propicia um feriado de seis dias.

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O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), ficou revoltado com a proposta dos dois governantes, que são do seu partido. Segundo ele, a medida levará a uma “explosão” de turistas ao litoral. “É um tremendo absurdo. Tivemos três feriados, com tempo bom aqui. Sete dias depois de cada um deles, aumentou 30% o número de casos confirmados de Covid-19”, afirma. O prefeito prevê que haja um incremento de 100.000 a 150.000 pessoas na cidade, que já está lotada de veranistas que foram passar a quarentena na região.

Augusto também disse que, se não conseguir bloquear os acessos ao município por decisão judicial, vai liberar as praias e o comércio de ambulantes. “Como não teremos como fiscalizar todos os lugares. então, vamos liberar. E eu tenho 500 vendedores ambulantes aqui sem renda”, completou ele. A área jurídica da prefeitura entrou nesta terça-feira, 19, com uma ação na Justiça para colocar bloqueios da Polícia Militar nas entradas da cidade – as restrições já chegaram a ser derrubadas em processos anteriores. São Sebastião registrou até agora 308 casos confirmados de Covid-19 e oito óbitos.

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Em Campos de Jordão, administrada pelo prefeito Frederico Scaranello (PSDB), serão colocadas barreiras sanitárias a partir desta quarta-feira, quando começa o feriadão na cidade de São Paulo aprovado pela Câmara Municipal. Essas barreiras, no entanto, não funcionam como bloqueios. Equipes da prefeitura medem a temperatura dos passageiros dos veículos e lhes informam de que os pontos turísticos, comércio, restaurantes e hoteis permanecem fechados até o dia 31 de maio. A cidade montanhosa computou até agora 14 casos confirmados de Covid-19 e nenhuma morte.

Diante das críticas, o governo de São Paulo anunciou que irá apoiar as prefeituras de cidades turísticas que quiserem promover ações de restrição de acesso nos próximos dias – o que não aconteceu nas últimas vezes. “Uma mensagem muito clara à sociedade: a quarentena não é para viajar, mas sim para se fazer isolamento social e ficar em casa nesse momento fundamental de combate à epidemia”, frisou o secretario estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.

Em levantamento divulgado hoje, o estado de São Paulo bateu o recorde de mortes por infecção de Covid-19 registradas em um único dia. Foram computadas 324 vítimas fatais nas últimas 24 horas. O total de mortes no estado é de 5.147.

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