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Expectativa de vida do brasileiro sobe 3 meses; mortalidade infantil cai

Mulheres continuam tendo taxas maiores que as dos homens, principalmente em razão da violência; Santa Catarina tem melhor índice, e Maranhão, o pior

Por José Benedito da Silva 28 nov 2019, 13h25

A expectativa de vida ao nascer subiu para 76,3 anos no Brasil em 2018, segundo as Tábuas Completas de Mortalidade, divulgadas nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi um aumento de três meses e 4 dias em relação a 2017. Também houve queda na mortalidade infantil entre 2017 e 2018.

As mulheres mantiveram o padrão de ter uma expectativa de vida maior do que a dos homens. Em 2018, a diferença foi dos mesmos 7,1 anos registrados em 2017. A expectativa de vida dos homens aumentou de 72,5 anos em 2017 para 72,8 anos em 2018, enquanto a das mulheres foi de 79,6 para 79,9 anos.

Santa Catarina manteve a condição de estado com a maior expectativa de vida ao nascer no país. Na média entre homens e mulheres, os catarinenses nascidos em 2018 têm expectativa de viver até 79,7 anos, enquanto no Maranhão, Estado com a pior condição, o número ficou em 71,1 anos.

As informações sobre a expectativa de vida do brasileiro são usadas como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

Violência

Segundo o IBGE, a expectativa de vida das mulheres é maior por causa da violência. Em 2018, um homem de 20 anos tinha 4,5 vezes mais chance de não completar 25 anos do que uma mulher no mesmo grupo de idade, fenômeno que pode ser explicado “pela maior incidência dos óbitos por causas externas ou não naturais, que atingem com maior intensidade a população masculina”.

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“A partir de 1980, as mortes associadas às causas externas ou não naturais, que incluem os homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais etc., passaram a desempenhar um papel de destaque, de forma negativa, sobre a estrutura por idade das taxas de mortalidade, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino”, diz a nota do IBGE.

Mortalidade infantil

A queda da mortalidade na infância (crianças menores de cinco anos de idade) foi de 14,9 por mil nascidos vivos em 2017 para 14,4 por mil em 2018. A probabilidade de um recém-nascido do sexo masculino em 2018 não completar o primeiro ano de vida era de 13,3 a cada mil nascimentos. Já para as recém-nascidas, a chance era de 11,4 meninas não completarem o primeiro ano de vida, informou o IBGE.

“Das crianças que vieram a falecer antes de completar os 5 anos de idade, 85,5% teriam a chance de morrer no primeiro ano de vida e 14,5% de vir a falecer entre 1 e 4 anos de idade”, diz a nota divulgada pelo instituto.

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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), preveem como meta para todos os países a redução, até 2030, da taxa de mortalidade infantil até cinco anos para no máximo 25 por mil nascidos vivos. Conforme um relatório do Unicef divulgado em setembro, na Argentina, a taxa ficou em 9,9 em 2018, ante 6,5 nos Estados Unidos, e 5,0 no Canadá e em Cuba. Na Nigéria, na costa oeste da África, a taxa de mortalidade infantil antes dos cinco anos é de 119,9 por mil nascidos vivos.

A mortalidade infantil no Brasil teve uma forte queda desde 1940 – o IBGE usa 1940 como parâmetro porque foi a partir dali que foi verificada uma primeira fase de transição demográfica, caracterizada pelo início da queda nas taxas de mortalidade. Naquele ano, a chance de morrer entre 1 e 4 anos era de 30,9%. A mortalidade infantil, no grupo de zero a um ano de idade, apresentou declínio da ordem de 91,6%, passando de 146,6 por mil em 1940 para 12,4 por mil em 2018.

Segundo o IBGE, a queda na mortalidade infantil está relacionada com a melhoria nas condições sanitárias. “As crianças na faixa etária de 0 a 5 anos são muito sensíveis às condições sanitárias que no passado eram extremamente precárias. A distribuição dos óbitos das crianças menores de 5 anos está em conformidade com as que ocorrem nas regiões mais desenvolvidas, com a concentração dos óbitos antes do primeiro ano de vida da criança”, diz a nota do IBGE.

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