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Ex-assessor de Cabral pede prisão domiciliar por medo de rebelião

Defesa de Luiz Carlos Bezerra afirma que presídio Bangu 10 se tornou 'barril de pólvora' com chegada de presos da facção Amigos dos Amigos

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 20h39 - Publicado em 17 jan 2017, 19h19

Preso na Operação Calicute, Luiz Carlos Bezerra pediu ao juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, a conversão de sua prisão preventiva em domiciliar. Ex-assessor do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), Bezerra alega ao magistrado que “sofre seríssimo risco de vida, ante à iminência de uma rebelião” no presídio José Frederico Marques, conhecido como Bangu 10, na Zona Oeste da capital fluminense.

“O deferimento de prisão domiciliar ao mesmo, igualmente, representa medida responsável, ponderada e justa, em especialmente diante desse cruel e triste cenário de nossa população carcerária”, argumentam os advogados Ranieri Mazzilli Neto e Marcelo Câmara Py.

Para convencer Bretas, a defesa de Bezerra cita uma reportagem do portal G1 e diz que o presídio se transformou em um “barril de pólvora” com a chegada de 600 presos da facção Amigos dos Amigos (ADA), rival do Comando Vermelho na guerra do tráfico no Rio.

Os advogados também lembram que Paulo Fernando Magalhães Pinto, ex-assessor de Cabral, foi solto na semana passada por correr riscos na prisão e pedem tratamento igual. O motivo para o temor de Magalhães Pinto, no entanto, não eram as rebeliões desencadeadas país afora, mas a delação premiada que ele negocia com o Ministério Público Federal (MPF).

“É inegável que o requerente encontra-se em situação de risco à sua integridade física, em razão da notícia veiculada na imprensa nacional (negociação da delação), fato este reconhecido inclusive pelo Ministério Público Federal”, decidiu Marcelo Bretas no despacho que beneficiou Magalhães Pinto.

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Assim como Luiz Carlos Bezerra, 27 corintianos que estavam presos no Complexo de Bangu por uma briga no Maracanã em 2016 haviam relatado, por meio de carta, o temor de um confronto entre as facções cariocas. “O que acontece é o seguinte: depois que os caras tomaram a cadeia, estamos vivendo no nosso limite, sem direito a água, pão e rango. Parça, a cadeia tá tensa, mais dia menos dia a cadeia vai virar e nós estamos aqui no meio do fogo cruzado, no meio de duas facções, correndo risco de vida”, diz trecho de carta endereçada a Lúcio Fagundes, presidente da Coringão Chopp.

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu nesta terça-feira liberar os corintianos.

‘Homem da mala’ de Cabral

Luiz Carlos Bezerra é apontado pelas investigações do MPF como um dos operadores financeiros de Sérgio Cabral no esquema de corrupção que teria desviado 224 milhões de reais de contratos públicos do estado do Rio durante a gestão do peemedebista, entre 2007 e 2014.

Os procuradores do MPF sustentam que Bezerra era um dos “homens da mala” que distribuíam propinas ao grupo do ex-governador. Também caberia a ele a função de fazer a contabilidade paralela do fluxo de dinheiro arrecadado junto a empreiteiras como Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia.

Segundo delatores da Carioca, a exemplo de Tânia Fontenelle, ex-gerente financeira da empreiteira, Luiz Carlos Bezerra tinha a confiança de Sérgio Cabral e de seu principal operador financeiro, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda.

A proximidade era tamanha que Bezerra estava entre os convidados do infame jantar no restaurante Le Louis XV, em Mônaco, onde Cabral presenteou sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, com um anel da joalheria de luxo Van Cleef & Arpels avaliado em 800.000 reais, pagos pelo empreiteiro Fernando Cavendish.

Ainda coube a Bezerra, conforme documentos encontrados na busca e apreensão em sua empresa, o pagamento de contas da família Cabral, como a despesa de 1.070 reais em cachorro-quente no aniversário de Mateus, filho do ex-governador e Adriana Ancelmo.

O ex-assessor de Cabral também teria coordenado repasses de dinheiro à ex-primeira-dama fluminense, à mãe de Sérgio Cabral, Magaly, a uma tia do peemedebista, Regina, e à ex-mulher do ex-governador, Susana Neves Cabral.

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