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Estudantes pedem permanência da PM na USP

Ato reuniu 300 alunos na Praça do Relógio. Enquanto isso, manifestantes contrários à presença da polícia faziam assembleia regada a maconha a duas quadras, no prédio de História

Por Bruno Abbud
1 nov 2011, 21h00

Cerca de 300 estudantes de diversos cursos da Universidade de São Paulo (USP) se reuniram na tarde desta terça-feira para pedir a permanência da Polícia Militar na Cidade Universitária. A manifestação, que ocorreu na Praça do Relógio, no perímetro do câmpus, foi uma resposta aos manifestantes que protagonizaram o conflito com a PM na última quinta-feira, 27, e acabaram invadindo um prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde permanecem acampados.

Às 17h08, a manifestação desta tarde tomou forma com a chegada de um carro de som, que estacionou na frente de uma base da Guarda Universitária. Cartazes anunciavam a principal bandeira dos manifestantes: “Eu estudo na USP e sou a favor da PM no câmpus”, dizia um deles, em letras garrafais. O movimento foi organizado por um grupo de cerca de dez alunos, que mobilizaram os participantes por meio de redes sociais. Antes do início da manifestação, a página que os representa no Facebook contava com mais de 1.200 seguidores.

Marina Grilli, 22 anos, integrante do 2º ano do curso de Letras da FFLCH, criou o espaço na internet. Hoje, ela apareceu na Praça do Relógio para clamar por segurança. “Queremos a PM no câmpus, os policiais estão aqui para cumprir a lei”, disse. “Enquetes em redes sociais confirmam que somos maioria”.

Segurança: alunos pedem que policiais militares continuem atuando no perímetro da Cidade Universitária
Segurança: alunos pedem que policiais militares continuem atuando no perímetro da Cidade Universitária (VEJA)

Uma fila foi organizada para os interessados em discursar no microfone. Elton José Ribeiro, estudante de 40 anos do curso de Letras e um dos oradores, afirmou que impedir o trabalho da PM no câmpus não resolve o problema de alunos supostamente assediados pela polícia. “Há mecanismos legais para as pessoas que se dizem moralmente violentadas por policiais”, alertou. “Basta que procurem o Ministério Público ou a Corregedoria”.

Marcos de Camargo Vidigal, 59 anos, aluno do 1º ano do curso de Filosofia, teme por sua segurança e pela integridade da filha, que prestará vestibular neste ano. “Eu só quero poder entrar aqui e estudar sem risco de crimes”, disse. “Minha filha vai prestar o vestibular da Faculdade de Economia e Administração (FEA) e eu não quero que ela seja estuprada”. Ele e o irmão, Rubens Vidigal, de 60 anos e ex-aluno da Escola Politécnica, prestigiaram o evento pró-PM. “Nem todos os jovens de hoje são ‘desmiolados'”, disse Rubens.

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Integrantes do movimento contrário à presença da PM no câmpus também apareceram na manifestação de hoje. Isolados a trinta metros do carro de som, gritavam: “Fora PM!”. Um dos oradores pró-PM, Márcio Becker Góis, aluno do 2º ano do curso de Filosofia, provocou o grupo: “A ditadura militar acabou em 1985!”, exclamou. “Não podemos viver nesse delírio psicótico de que ela ainda existe”.

A manifestação na Praça do Relógio terminou com uma caminhada até o prédio da FEA, onde os estudantes fariam uma homenagem a Felipe Ramos de Paiva, morto em maio no estacionamento da faculdade, com um tiro na nuca. A morte de Felipe motivou a reitoria a pedir a atuação da PM no câmpus. O acordo com o governo do estado foi oficializado em setembro.

Às 18h42, a Praça do Relógio estava vazia. Enquanto os estudantes se dispersavam, uma assembleia promovida pelos alunos contrários à PM e favoráveis à ocupação do prédio da FFLCH começava a ganhar corpo a duas quadras dali, no prédio do curso de História.

Os irmãos Marcos e Rubens Vidigal, estudante de Filosofia da USP e ex-aluno da Faculdade Politécnica da USP, respectivamente, avisam: “Somos francamente a favor da PM na Cidade Universitária”. (VEJA)

Maconha ─ Os estudantes que protagonizaram o conflito com a PM na semana passada, e passaram a ocupar as dependências do prédio da administração da FFLCH, se reuniram no vão do prédio do curso de História no fim da tarde desta terça-feira. O motivo da reunião: dar sequência aos protestos que pedem a retirada dos policiais do perímetro do câmpus. Enquanto alunos esgoelavam frases como “Fora PM! Abaixo a repressão!” num microfone conectado a caixas de som, outros sentavam-se no chão e bebiam cerveja.

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Às 19h30, num gramado bem perto do lugar reservado aos oradores, e também nos mezaninos do prédio, dezenas de alunos esfarelavam maconha nas mãos, enrolavam cigarros e fumavam à vontade. A reunião, que promete virar a noite por conta do feriado de Finados no dia seguinte, foi regada a drogas. Até o início da noite, a polícia não tinha aparecido no local.

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