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Esposas conselheiras dobram renda familiar de cinco ministros de Lula

Além da questão financeira, a nomeação de esposas para os tribunais de contas dos estados também é uma poderosa arma política

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 abr 2025, 15h59 - Publicado em 27 abr 2025, 15h58

A nomeação de esposas para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE) tem sido uma prática recorrente de governadores, ex-governadores e caciques regionais. Além da conveniência  em ter a própria mulher como ‘fiscal’ de suas contas, os políticos, em alguns casos, recebem um considerável empuxo financeiro.

Pelo menos cinco ministros do governo Lula, todos ex-governadores de Estado, já nomearam as respectivas esposas para o cargo de conselheiras.  O Portal da Transparência mostra que o salário bruto de um ministro gira entre 44 mil e 46,5 mil reais. Nos tribunais de contas, as esposas recebem remunerações que chegam a 79,5 mil.

Votações das assembleias para escolher conselheiras costumam ser secretas

O maior rendimento entre as conselheiras casadas com ministros é o de Renata Calheiros, esposa do ministro do Transporte, Renan Calheiros Filho. Ela recebe uma remuneração de 79,5 mil reais, incluindo benefícios. Administradora, Renata foi nomeada para o TCE de Alagoas em dezembro de 2022, numa votação secreta da Assembleia, onde o marido manteve maioria após deixar o governo.

A enfermeira Aline Peixoto, esposa do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ganha 54,3 mil mensais como conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios na Bahia. Ela também foi eleita numa votação secreta na Assembleia Legislativa, em março de 2023, dois meses depois de o marido ter tomado posse em Brasília.

No fim do ano passado, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou o nome de Onélia Santana para o TCE do Estado. Ela é esposa do ministro da Educação, Camilo Santana, que foi governador do Estado. A administradora de empresas ganha 50,2 mil reais mensais.

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Ministro da Integração Regional, Waldez Góes, que foi governador do Amapá, não esperou nem terminar o seu mandato, em 2022, e indicou a mulher para uma vaga no TCE do Estado. Marília Góes ganha 59,5 mil por mês.

Já a esposa do ministro do Desenvolvimento Social Wellington Dias, a conselheira Rejane Dias, foi nomeada em janeiro de 2023, menos de um mês depois de o marido ter deixado o cargo de governador. Ela recebe 41,8 mil mensais no TCE do Piauí.

A Transparência Internacional e o Instituto Não Aceito Corrupção defendem regras mais duras para impedir a nomeação de esposas de governadores, ministros e caciques políticos para os tribunais de contas —  prática que, de acordo com a entidade, configuraria nepotismo.

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