Secas na região Norte que já causaram a morte de mais de 100 botos e tempestades que deixaram rastros de destruição no Sul do país. Cada região do Brasil está sendo impactada com situações extremas por efeito do fenômeno El Niño, que retornou após quatro anos e, desde julho, está desordenado o clima por aqui e no resto do mundo.
Com o fenômeno em ação, ocorre o aquecimento do Oceano Pacífico, desregulando a tanto a intensidade quanto a velocidade das correntes marítimas. Esse desarranjo leva às drásticas alterações nos padrões de chuva e seca no globo. Isso acontece próximo à Linha do Equador.
Quando o El Niño está em atividade, os ventos são afetados e, no Brasil, a forte circulação de ventos interfere na movimentação das massas de ar. Como consequência, frentes frias não se deslocam pelo território e ficam estagnadas no Sul do país. O resultado são as chuvas torrenciais e cheias. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a tendência é de que as chuvas devem permanecer acima da média na região até dezembro.
“Nos demais estados do país, há um déficit de precipitação, com volumes superiores a 50 mm abaixo da média histórica na Região Norte. Esta previsão reflete as características típicas de El Niño sobre o Brasil. Já a previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal na maior parte do país”, diz relatório do Inmet feito em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre (Cenad), divulgado pela Agência Brasil.
No Norte, o estado do Amazonas enfrenta a pior seca dos últimos 13 anos e 20 cidades estão em situação de emergência, inclusive a capital Manaus.
Para o Nordeste, a previsão é de que o fenômeno leve a secas em diferentes intensidades. No Centro-Oeste, a tendência é de temperaturas mais altas no sul de Mato Grosso do Sul e chuvas acime da médica. Já no Sudeste, é esperado aumento moderado das temperaturas médias no verão e, como se comprovou nas últimas ondas de calor, no inverno passado. A estimativa é de que o El Niño permaneça ativo até o fim desde ano.