Empresário pagou propaganda de Doria em jogo do Brasil
Prefeitura informou que se tratou de uma doação "sem contrapartida" da Ultrafarma, que é uma das patrocinadoras da seleção
Além do show da seleção brasileira, os telespectadores e torcedores que assistiram ao jogo contra o Uruguai nesta noite de quinta-feira se depararam com a propaganda do programa SP Cidade Linda nas placas digitais em volta do estádio do Centenário, em Montevidéu. Foi a primeira exibição internacional do projeto vitrine do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), cuja popularidade tem alimentado a especulação do seu nome como pré-candidato à Presidência em 2018.
Logo que a publicidade apareceu, internautas foram às redes sociais questionar o tucano se ele estava gastando dinheiro público para fazer propaganda em um evento internacional — precisamente, em uma partida das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. A assessoria do prefeito esclareceu que a publicidade, que durou 3 minutos, foi uma doação “sem contrapartida” feita pela empresa Ultrafarma, uma das patrocinadoras da seleção brasileira. Segundo a nota da prefeitura, a propaganda “não teve nenhum custo aos cofres públicos” e os termos de doação serão publicados no Diário Oficial em até trinta dias.
Com a meta de revitalizar áreas degradadas da capital, o Cidade Linda já levou o prefeito e secretários a se vestirem de gari para varrer as ruas e apagar pichações pela cidade. As constantes aparições públicas e vídeos publicados na internet dão a impressão de que Doria está em plena campanha eleitoral. Ele, no entanto, nega a intenção de disputar a Presidência e ressalta que o seu candidato é o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que viabilizou a sua entrada no PSDB e a vitória nas prévias para a prefeitura de São Paulo. Aliados tucanos também tentam lançá-lo como sucessor de Alckmin no governo paulista.
Em fevereiro, o prefeito postou um vídeo em seu Facebook fazendo propaganda de vitaminas da Ultrafarma. Na mesma semana, ele havia recebido como doação um cheque de 600.000 reais do dono da empresa, Sidney Oliveira, para a compra de medicamentos à rede municipal de saúde. “Tudo sem contrapartida”, disse a prefeitura, na ocasião.