Mais de 200 obras e bens culturais foram retirados de área que pode ser atingida caso se rompa a barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco, na cidade de Barão de Cocais, em Minas Gerais, segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Administrada pela Vale, a barragem está classificada no nível 2 de alerta, em uma escala que vai até 3. Os moradores da região foram removidos na semana passada.
Entre os itens removidos estão a padroeira Mãe Augusta do Socorro, esculturas, retábulos e alfaias litúrgicas que estão sob responsabilidade da Paróquia de São João Batista. Os objetos foram selecionados por membros da sociedade civil e da igreja e agora serão catalogados em um inventário a ser encaminhado ao MPMG.
A retirada dos itens foi recomendada pela Coordenadoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico em 8 de fevereiro, mesmo dia em que os moradores da região da Mina de Gongo Soco foram removidos. Foi recomendado que a Vale adotasse as medidas para minimizar os danos à cultura caso a barragem viesse a se romper.
Além da barragem na Mina de Congo Soco, a barragem Vargem Grande, em Nova Lima, também foi incluída na lista de estruturas que correm risco de rompimento por recomendação do MPMG.
Nesta sexta-feira, 15, oito funcionários da Vale foram presos em uma operação que investiga as responsabilidades criminais sobre o rompimento da barragem da empresa em Brumadinho (MG) no último dia 25, que matou 166 pessoas e deixou outras 155 desaparecidas.