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Dono da JBS gravou Aécio pedindo R$ 2 mi, diz jornal

Senador teria justificado o pedido dizendo que precisava de dinheiro para custear defesa na Lava Jato. Informação é do jornal 'O Globo'

Por Da redação
Atualizado em 17 Maio 2017, 23h08 - Publicado em 17 Maio 2017, 20h17
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  • O empresário Joesley Batista, dono da JBS, maior processadora de carne do mundo, teria gravado o senador e presidente do PSDB Aécio Neves (MG) pedindo 2 milhões de reais sob a justificativa de custear sua defesa na Operação Lava Jato. A informação foi publicada no início da noite desta quarta-feira pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

    Na gravação de Batista, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, ao lado de seu irmão Wesley Batista e outros cinco executivos da JBS, Aécio teria sugerido que o dinheiro fosse entregue a um primo seu. De acordo com o jornal, o presidente do PSDB teria dito ao empresário que o valor custearia o trabalho do advogado Alberto Zacharias Toron. “A menção ao advogado já havia sido feita pela irmã e braço-direito do senador, Andréa Neves. Foi ela a responsável pela primeira abordagem ao empresário, por telefone e via WhatsApp (as trocas de mensagens estão com os procuradores)”, diz a reportagem.

    “Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança”, teria dito Joesley ao tucano. “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”, teria respondido Aécio, em uma suposta referência a seu primo Frederico Pacheco de Medeiros.

    A conversa teria durado 30 minutos e foi gravada em um hotel em São Paulo.

    Segundo o colunista de O Globo, o dinheiro foi entregue em quatro parcelas de 500.000 reais a Medeiros pelo diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud. Uma das entregas teria sido filmada pela Polícia Federal, ocasião em que Frederico Medeiros teria repassado o dinheiro a Mendherson Souza Lima, secretário do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

    O jornal também informa que a PGR tem indícios de que essa parte do dinheiro não foi destinada ao pagamento do advogado. A PF teria seguido Souza Lima, que fez três viagens de carro a Belo Horizonte para levar a propina. Ele teria remetido os 500.000 reais à empresa Tapera Participações Empreendimentos Imobiliários, de Gustavo Perrella, filho de Zezé Perrella.

    Em uma breve nota, emitida nesta quarta-feira, Aécio disse estar “absolutamente tranquilo” quanto à correção de todos os seus atos.

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