O primeiro lote da vacina Coronavac, que é desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, chegou ao aeroporto de Guarulhos nesta quinta-feira, dia 19. A carga de 120.000 doses já prontas veio em um avião de carga da China, que levantou voo na última segunda-feira, dia 16.
A chegada do produto, foi celebrada pelo governador João Doria (PSDB), que acompanhou o transporte dos contêineres refrigerados em temperatura que varia entre 2 e 8 graus que traziam a vacina. Eles foram colocados em caminhões que foram escoltados pela Polícia Militar até o Instituto Butantan, na Zona Oeste de São Paulo. “Essa é a vacina que salva”, disse o governador ao comemorar a chegada do produto.
Apesar da euforia do governo de São Paulo e de já estar pronta, a CoronaVac ainda não teve a eficácia comprovada e, por isso, ainda não pode ser aplicada na população. Quem faz essa certificação é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Só depois dessa fase é que o imunizante poderá ser utilizado para conter a pandemia do novo coronavírus.
Novos lotes da China devem chegar nas próximas semanas até alcançar o número de 46 milhões de doses. Também desembarcarão no país remessas com a matéria-prima do produto. Neste caso, quem irá produzir a vacina será o Instituto Butantan, que fechou um acordo de transferência de tecnologia com a Sinovac. A previsão é que até maio 100 milhões de doses estejam prontas.
A CoronaVac é alvo de confronto entre o presidente Jair Bolsonaro e Doria, que já ensaiam a disputa politica para a campanha de 2022. Na semana retrasada, a suspensão dos testes pela Anvisa após a morte de um voluntário — que não teve nenhuma relação com a vacina — provocou uma polêmica e abriu a suspeita de interferência política do presidente na Anvisa, o que o comando da agência nega. Os testes foram retomados dois dias depois.