Delação de Mauro Cid é homologada pelo Supremo e ele deixa a prisão
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, preso desde 3 de maio, também teve liberdade provisória concedida pelo STF; usará tornozeleira eletrônica
A delação de Mauro Cid foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado, 9. Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Cid também ficará em liberdade provisória, de acordo com decisão do ministro Alexandre de Moraes. A intenção de delatar foi dada com exclusividade por VEJA. Ele saiu da prisão às 14h35, e seguiu para colocar a tornozeleira eletrônica. Está em sua casa, no setor Militar, em Brasilia.
Na tarde da última sexta, 8, a Polícia Federal já havia se manifestado em favor da delação. O ex-ajudante de ordens deverá dar detalhes do caso das joias recebidas por Bolsonaro e por sua esposa, Michelle, da Arábia Saudita, sobre o 8 de janeiro ainda sobre o cartão de vacina do ex-presidente.
Há temor entre os aliados de Bolsonaro em torno da delação, no âmbito do inquérito das “milícias digitais”, que investiga atos golpistas, contra a democracia. Ele foi ajudante de ordens do então presidente durante os quatro anos de mandato. Está preso desde o dia 3 de maio, depois de ter sido alvo de operação da Polícia Federal que investiga a inclusão de dados de vacinação conta Covid falsos no sistema do Ministério da Saúde. No Exército por mais de vinte anos, o tenente-coronel era uma espécie de “faz tudo” de Bolsonaro.
Em sua decisão, Moraes determina que Cid seja afastado de suas funções. Perderá também o passaporte, porte de armas.. Está proibido de usar as redes sociais e só poderá falar com a esposa, a filha e o pai. VEJA tentou contato com a defesa de Cid, mas ainda não obteve retorno.
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