De condenado pela Lava-Jato a articulador político, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha reagiu nesta terça-feira, 16, com ironia à cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Nas redes sociais, o artífice do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff mandou o recado: “Tchau, querido”, numa referência ao livro que escreveu sobre o impedimento de Dilma — “Tchau, querida”.
A cassação do deputado colocou Cunha do mesmo lado dos petistas, que espalharam pelas redes sociais paródias do PowerPoint que o então procurador da Lava-Jato apresentou quando ofereceu a denúncia contra o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nela, o nome de Dellagnol aparece no meio, com várias setas com a palavra “cassação”. Até o perfil oficial do governo federal publicou uma imagem em que há um círculo escrito “137 dias de governo” e setas indicando projetos lançados pela gestão Lula.
Já o ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) cobrou que o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), interdite de forma “imediata” a decisão do Tribunal Superior Eleitoral sobre a cassação, que considerou “ilegítima”. Segundo ele, o país passa por uma “injustificável e interminável arbitrariedade neste momento difícil pelo qual passa o país”. Mourão sustentou, em plenário, que a decisão dos ministros do TSE foi “encomendada pelo desejo de vingança nua e crua do próprio presidente da República”. O senador afirmou ainda que há uma perseguição contra procuradores e magistrados da Lava-Jato.