Datas: Duda Mendonça, Carlos Alberto de Oliveira Andrade e Gerd Müller
O inventor do marketing político como o conhecemos hoje, o fundador do Grupo Caoa e o artilheiro alemão
Não seria exagero atribuir ao publicitário baiano Duda Mendonça a invenção do marketing político como o conhecemos hoje, sem fronteiras ideológicas. Mendonça ajudou a eleger Paulo Maluf prefeito de São Paulo, em 1992, e Lula presidente da República, em 2002. Foi dele a ideia do slogan “Lulinha paz e amor”, que faria o petista mais palatável na disputa contra o tucano José Serra. Mas depois viria a guerra. Em agosto de 2005, em depoimento à CPI, ele admitiu ter aberto uma conta bancária nas Bahamas por orientação do empresário Marcos Valério, o pivô do escândalo do mensalão. O depoimento de Mendonça, que seria absolvido pelo STF em 2012, representou o ponto mais crítico do primeiro mandato de Lula. Ele morreu em 16 de agosto, em São Paulo, aos 77 anos. Enfrentava um câncer no cérebro e, nos últimos dias, foi diagnosticado com Covid-19.
Apaixonado por carros
Ele formou-se em medicina, mas gostava mesmo era de carros. Problemas na compra de um Ford Landau o levaram a entrar no mercado automotivo, em 1979, quando deu início ao grupo que tem as iniciais de seu nome, Carlos Alberto de Oliveira Andrade. Anos mais tarde, o paraibano de João Pessoa se tornaria o maior revendedor da Ford na América Latina. Em 2019, o Grupo Caoa tentou comprar a fábrica da montadora americana no Brasil, mas o negócio não foi adiante. Hoje em dia, a empresa fabrica as marcas Hyundai e Chery e vende os automóveis Subaru. Desde 2013, Carlos Alberto havia saído da direção da Caoa para se tornar presidente do conselho. Visionário e trabalhador, ele morreu aos 77 anos, em São Paulo, durante o sono, de causa não revelada.
Sinônimo de gols
“Der Bomber”, o bombardeio, era como os alemães se referiam ao centroavante Gerd Müller, artilheiro do Bayern de Munique e da seleção. Não houve, na década de 70, goleador mais eficiente que ele. Com catorze gols em Copas do Mundo — dez em 1970 e quatro em 1974 —, durante muitos anos ele foi o maior marcador em mundiais. Seria superado apenas por Ronaldo, em 2006 (quinze gols no total), e Klose, em 2014 (com dezesseis, depois do fatídico 7 a 1 no Mineirão). Müller lidava havia anos com Alzheimer. Morreu em 15 de agosto, em Munique, aos 75 anos.
O pai do sudoku
O conceito do jogo, o chamado “quadrado latino”, existia na Europa desde o século XVIII, criado pelo matemático suíço Leonhard Euler. A primeira versão moderna, com a divisão em nove quadrados, apareceu inicialmente numa revista de entretenimento americana. E, então, o professor japonês Maki Kaji inventou um nome, Sudoku — a contração da frase “os números devem ficar sozinhos”. Kaji nunca teve os direitos da brincadeira, apenas a glória de tê-la feito famosa. “Não se trata de ganhar dinheiro, é puramente a emoção de tentar resolvê-lo”, disse. Ele tinha 69 anos. Morreu em 10 de agosto, em Tóquio, em decorrência de um câncer na vesícula biliar.
Publicado em VEJA de 25 de agosto de 2021, edição nº 2752