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Conheça o COT, a tropa de elite da Polícia Federal

Governo investiu 10 milhões de reais para preparar o Comando de Operações Táticas, que só agirá na Copa do Mundo se tudo der errado

Por Alana Rizzo
15 jun 2014, 15h50

Se nesta Copa um único tiro for disparado pelo Comando de Operações Táticas (COT) é sinal de que todas as outras forças de segurança falharam. A tropa de elite da Polícia Federal foi criada em 1987 para combater o terrorismo, mas poderá agir no Mundial em praticamente qualquer situação – mas apenas como último recurso.

Com uma média de 110 operações por ano, o COT é formado por menos de 100 policiais treinados à exaustão para atuar em situações que vão do desarme de bombas e resgate de reféns até assalto a bancos, prisão de traficantes internacionais e operações de reintegração de terras indígenas (como prova do seu currículo diversificado, o COT registra ainda a solução de três sequestros de aeronaves).

Relatórios obtidos por VEJA mostram que o governo federal gastou mais de 10 milhões de reais para armar o grupo para o Mundial. Hoje, o COT é a única tropa brasileira a operar com o calibre 338, mais estável e capaz de parar um veículo com um único tiro. Seus policiais estão capacitados para atingir uma bola em campo, por exemplo, posicionados a uma distância de até 1 000 metros, o equivalente a dez campos de futebol no padrão da Fifa.

Durante a preparação para a Copa, o COT considerou o pior cenário: o da ocorrência de atentados terroristas. O treinamento dos policiais incluiu simulações de episódios como os dos ataques a ônibus e estações de metrô em Londres e Madrid e o massacre na escola de Beslan, na Rússia. As técnicas usadas na captura de Osama Bin Laden pelo Seal Team Six da Marinha norte-americana também foram estudadas. Mas a maior preocupação do grupo é com atos simultâneos e coordenados. Ações como essas são impossíveis de prever e a reação policial é determinante na redução de danos, segundo especialistas em segurança.

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Espalhados pelas 12 cidades-sede, os policiais do COT estão preparados para atuar em todo território nacional e chegar a qualquer ponto do país em até três horas. Nos últimos seis meses, o grupo realizou missões de reconhecimento em hotéis, aeroportos, portos, estádios e estações de metrô. As equipes esquadrinharam cada centímetro desses locais para armazenar dados como: planta baixa dos edifícios, localização de canos de gás, rotas de fuga e invasão.

Para candidatar-se a um lugar no COT, basta pertencer aos quadros da Polícia Federal e se dispor a passar por um curso de 18 semanas. Nele, os candidatos recebem um número, um uniforme e têm cabeça raspada. São levados a LINs (sigla para “local incerto e não identificado”), onde passam por treinamentos de operações aéreas, anfíbias, ribeirinhas e aprendem técnicas para pilotar e parar um trem, por exemplo. A privação de sono e de alimentação faz parte do treinamento. Mais da metade dos candidatos não chega ao fim do curso.

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