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Rio pode testar sistema chinês de reconhecimento facial, diz deputada

Comitiva do PSL viajou ao país para discutir agricultura, saneamento e segurança; nas cidades chinesas, sistema serve para conferir 'pontos' a cidadãos

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jan 2019, 15h22 - Publicado em 16 jan 2019, 11h22

Na China desde o início da semana, uma comitiva de parlamentares brasileiros, a maior parte deputados federais eleitos pelo PSL, pretende iniciar pontes para a importação de tecnologias chinesas nas áreas de agricultura, saneamento básico e segurança pública.

A VEJA, a deputada eleita Carla Zambelli (PSL-SP), que integra o grupo, contou que uma dessas inovações pode ser testada no país já em 2019: o sistema de câmeras de rua com reconhecimento facial de cidadãos. “É uma tecnologia que será aplicada no Brasil de forma pro bono [sem custo], até para nós vermos como funciona, no estado do Rio de Janeiro”, diz.

Para que esse teste possa ocorrer, o grupo está fazendo a ponte entre os chineses e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Durante a campanha, Witzel defendeu em diversas oportunidades a adoção, no Rio, de tecnologias do tipo, estudando uma parceria público-privada (PPP) com empresas interessadas em utilizar as imagens para a garantia da segurança patrimonial.

Se no Brasil o sistema seria utilizado para fins de segurança pública, na China ele é a base do chamado Sistema de Crédito Social (SCS), projeto que será implementado até 2020 e utilizará registros das imagens para conferir pontos aos cidadãos do país. Jonathan Sullivan, diretor do Instituto de Políticas da China da Universidade de Nottingham, do Reino Unido, avaliou que o uso de câmeras aumentou a “capacidade de controle” do Estado sobre os cidadãos.

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Agricultura

Um dos temas que dominaram a conversa foi a agricultura. Representantes do governo chinês falaram aos parlamentares brasileiros sobre a responsabilidade que os dois países, que estão entre os cinco de território mais extenso no mundo, têm para com o combate à “fome mundial”, em especial o Brasil, pela quantidade de terras agricultáveis – por aqui, excluídas as áreas indígenas e em posse do Movimento dos Sem Terra (MST), são 7%, enquanto no país asiático apenas cerca de 1%.

“Se fizéssemos uma espécie de cooperação internacional, eles poderiam investir em tecnologia para que nós possamos até dobrar a nossa produção ou mais do que isso, porque nós temos condição de mais do que dobrar essa produção apenas nas terras já agricultáveis”, diz Carla Zambelli, que aponta a oportunidade, em estudo pelo Ministério da Agricultura, de expansão dessas áreas.

Nos próximos dias, os deputados vão conhecer os sistemas utilizados pelo governo da China para, com um espaço restrito, alimentar cerca de 25% do 1,4 bilhão de pessoas que vivem no país. Entre as ideias que provocam curiosidade, estão a plantação de mudas em estufa antes de serem aplicadas à terra para aumentar a efetividade e uma análise sensorial para uma utilização mais contida de agrotóxicos apenas em áreas que demandem essa atuação.

Comitiva

O saneamento básico, com práticas chinesas para o tratamento de resíduos sólidos e uso do solo, também está em pauta. A comitiva é integrada por nove deputados eleitos do PSL, um do DEM e a senadora eleita Soraya Thronicke (PSL-MS), além de alguns assessores, como o chefe de gabinete de Alexandre Frota, Cleber Teixeira.

A viagem foi feita a convite da Embaixada da China. O organizador da viagem é o empresário Vinícius Carvalho.

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