Censo 2022: Lares com um só morador representam um quinto dos domicílios no Brasil
Aumento do número de pessoas morando sozinhas está ligado ao envelhecimento da população e a mudanças geracionais, indica o IBGE
Dados do Censo 2022, o mais recente, divulgados nesta sexta-feira, 25, mostram que aumentou no Brasil o número de pessoas que moram sozinhas. Segundo o levantamento, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a realidade em 18,9% dos domicílios — ou seja, quase um quinto das casas no Brasil tem apenas um morador. Se comparado ao cenário do último levantamento, feito em 2010, houve um aumento de seis pontos percentuais. Naquele momento, as chamadas unidades unipessoais representavam 12,2% do total.
Ao todo, o Censo 2022 registrou 72,5 milhões de endereços no Brasil. Para o IBGE, são dois os principais fatores que explicam o crescimento do número de casas com apenas um morador. Um deles é o envelhecimento da população — e, por consequência, o maior número de idosos vivendo sozinhos.
Isto se traduz em outro dado divulgado pelo instituto: de que as maiores concentrações de pessoas idosas, com 60 anos ou mais, responsáveis pelos lares onde vivem estão nas unidades unipessoais, o único tipo que registrou aumento. O outro motivo tem a ver com mudanças geracionais no perfil dos brasileiros, que passaram a ter menos filhos, a postergar o casamento, ou a não casar com uma frequência maior.
O IBGE determina quatro tipos de unidades domésticas em seu levantamento. Além das unipessoais, há também as nucleares (composta por um pai, uma mãe, ou o casal e seus filhos), as estendidas (aqueles em que há além de pais e filhos outro ente da família, como um avô ou avó) e as compostas (onde há além de parentes um ente que não tem laço familiar com o responsável pela casa).
São as unidades nucleares, contudo, que representam a grande maioria: 64,1% dos domicílios têm esse perfil. Depois, aparecem as unidades domésticas unipessoais (18,9%), estendidas (15,4%) e compostas (1,5%).