Caso Henry: Justiça nega pedido de liberdade para Dr. Jairinho
Decisão do colegiado de três desembargadores foi unânime; ex-vereador está preso pelo assassinato do enteado
A 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou o habeas corpus que pedia a soltura do ex-vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, na tarde desta terça-feira, 9. A sessão começou por volta das 13h30 e durou menos de meia hora. O político, que foi cassado na Câmara dos Vereadores, responde por homicídio triplamente qualificado e tortura do menino Henry Borel, de apenas 4 anos, ocorrido na madrugada de 8 de março. A mãe da criança, Monique Medeiros, também é ré pelo crime.
A sustentação oral da defesa foi feita pelo advogado Braz Sant’anna, que representa Jairinho nos tribunais. Ele falou por cerca de 15 minutos ao colegiado e argumentou que há irregularidades em relação às investigações e às perícias que, na visão dele, serão comprovadas no curso do processo criminal.
O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, relator do pedido, foi o primeiro que votou pela manutenção da prisão preventiva, argumentando que ela se sustenta devido à “gravidade dos crimes praticados”. Os outros dois magistrados – André Ricardo de Francisco Ramos e Marcius da Costa Ferreira – acompanharam o voto do colega.
Em documento interno da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio, Jairinho foi classificado como um preso de “alta periculosidade” junto a outros 17 prisioneiros – ele está sob custódia na Cadeia Pública Pedrolino Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. A defesa dele, no entanto, sustentou na petição que pedia sua liberdade e que ele não representaria risco à sociedade.
As próximas audiências do caso Henry serão nos dias 15 e 16 de dezembro, quando as testemunhas de defesa de Jairinho e Monique serão ouvidas. As equipes de advogados de ambos selecionaram 46 pessoas para prestar depoimento à juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do TJ do Rio, onde o processo do homicídio da criança está sendo julgado.