O vereador e candidato à reeleição Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana (Pode) foi baleado de raspão na cabeça em Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na noite desta segunda-feira, 2. Ele deu entrada no Hospital Carlos Chagas por volta das 20h30 e recebeu alta em torno das 00h45 desta terça-feira, 3.
As circunstâncias do crime ainda não foram esclarecidas pelas autoridades. A Polícia Civil do Rio confirmou apenas que uma das principais linhas de investigação foi um ataque contra o vereador, e que outras duas pessoas foram mortas a tiros no episódio. A identidade delas não foi informada.
O candidato à reeleição pela Câmara dos Vereadores do Rio estava fazendo campanha no Bar do Xuxa, no bairro da Zona Norte, quando foi alvo de um atentado, de acordo com seus assessores.
Por meio de nota na noite de hoje, a polícia disse que as investigações serão feitas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). “Diligências seguem em busca de informações que ajudem a identificar os autores do crime”, afirma o comunicado.
Ainda de acordo com a assessoria do político, a Polícia Militar teria se negado a prestar socorro. Questionada por VEJA, a assessoria da PM enviou uma nota na manhã desta terça.
“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, na noite desta segunda-feira (2/11), equipes do 41° BPM (Irajá) foram acionadas para checar uma ação envolvendo disparos de arma de fogo na Estrada do Engenho Novo, em Anchieta, Zona Norte da Cidade do Rio. Chegando ao local, os policiais encontraram cinco homens atingidos. Três deles, sendo um parlamentar da Câmara dos Vereadores do Município Rio de Janeiro, foram socorridos ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Os outros dois já encontravam-se sem vida. A área foi isolada e a Delegacia de Homicídios da Capital acionada”, diz o texto.
Zico Bacana está em seu primeiro mandato na Câmara dos Vereadores do Rio. Ele concorre à reeleição nas eleições de 2020.
Ex-policial militar, o vereador foi citado no Relatório Final da CPI das Milícias em 2008 – no texto, ele foi apontado como um dos líderes do grupo miliciano que controlava uma comunidade no mesmo bairro em que foi baleado na noite desta segunda-feira, além do bairro de Anchieta e nas comunidades do Gogó da Ema e Camboatá (em Guadalupe), todos na Zona Norte da cidade.
Ele prestou depoimento à Polícia Civil do Rio no contexto das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista, Anderson Gomes. Suas conexões com os paramilitares também foram investigadas no inquérito que apura o duplo homicídio ocorrido no Estácio, região central do Rio, em março de 2018.