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Cabral publica nova versão de ‘código de conduta’

Por Da Redação
14 Maio 2012, 19h18

Por Luciana Nunes Leal

Rio de Janeiro – Três semanas depois da divulgação das primeiras imagens de Sérgio Cabral (PMDB) e alguns de seus secretários em passeios e jantares de luxo com o dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, o governador do Rio publicou nesta segunda no Diário Oficial uma nova versão do código de conduta de altos servidores e agora recomenda “distância social” de fornecedores e prestadores de serviço.

O código original foi instituído por decreto em julho passado, depois que um acidente de helicóptero no sul da Bahia expôs a amizade de Cabral com Cavendish e com o empresário Eike Batista, que mais de uma vez emprestou o avião particular para o governador. Entre os sete mortos no acidente, estava a mulher de Cavendish, Jordana Kfuri. O grupo participaria da festa de aniversário do empresário.

Em 2011 Cabral determinou que se evitassem situações de confusão entre interesses públicos e privados e proibiu recebimento de presente, transporte e hospedagem. No decreto desta segunda, o governador recomenda que o alto escalão guarde “distância social conveniente no trato com fornecedores de materiais ou contratantes de prestação de serviços ao Estado, abstendo-se tanto quanto possível de frequentar os mesmos lugares e de aparentar intimidade”.

Se as regras estivessem em vigor, Cabral não poderia fazer as viagens à França em companhia de Cavendish, expostas em fotos e vídeo no blog do deputado e ex-governador Anthony Garotinho (PR). As imagens são de viagens ocorridas em 2009. Em uma delas, Cabral, Cavendish e o secretário de Saúde Sérgio Côrtes, com suas mulheres, jantam em um restaurante de alto luxo em Mônaco. Há também imagens de passeios de barco e de empresários, secretários de Estado e o governador confraternizando durante uma festa em Paris.

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Em outro decreto publicado nesta segunda, Cabral amplia um pouco os poderes da Comissão de Ética Pública Estadual (CEPE), também criada em julho passado. Porém, mantém reduzida a autonomia do grupo, formado por cinco juristas. O colegiado poderá agora aplicar pena de censura ética, quando concluir que houve descumprimento do código de conduta. Mas é apenas um órgão consultivo do governador, de secretários e dirigentes de estatais. O colegiado pode apenas recomendar abertura de inquérito administrativo e propor exoneração do cargo.

“O que se esperava era que a Comissão de Ética Pública se pronunciasse sobre estas viagens do governador Cabral com o empresário Cavendish, mas como aconteceram antes do código de conduta, nada será analisado. A autonomia das comissões de ética dependem muito dos governos. Este novo código certamente decorre dos acontecimentos recentes, da divulgação dos vídeos da relação social entre Cabral e Cavendish, mas aconteceram em um período em que as regras eram omissas”, diz o professor cientista político Ricardo Ismael, professor da PUC-Rio.

A conduta do governador, do vice e dos secretários continua a ser avaliada por outra comissão criada em 2011 e formada apenas por subordinados de Cabral. Por meio da assessoria de imprensa, o governo do Estado informou que, “os novos decretos decorrem de sugestões da Comissão de Ética Pública Estadual (CEPE)”.

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