Preso desde novembro em Bangu, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi transferido de unidade prisional na manhã deste domingo. Cabral e outros 145 detentos foram transportados para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio. A transferência foi feita em nove caminhões da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), e os presidiários chegaram ao novo endereço por volta das 10h.
O local, onde ficava o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP), passou por reformas nos últimos três meses, cujo valor foi de 26 mil e realizada pelos próprios presos.
A unidade é destinada apenas a detentos de nível superior, como é o caso do ex-governador, ou que não pagaram pensão alimentícia. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, uma parte da nova cadeia será reservada para triagem de novos presos.
O BEP tem vagas para 162 presos, mais do que a cadeia em que Cabral estava em Bangu. Mesmo assim, a Seap afirma que o ex-governador não ficará sozinho em uma cela. Ele e outros presos pela Lava-Jato ficarão em uma ala com três galerias e nove celas com capacidade para seis presos cada.
De acordo com as primeiras informações divulgadas, Cabral ficará em cela de 16 metros quadrados, onde há um pequeno banheiro com pia, um chuveiro, um colchão e uma televisão de 14 polegadas. Será definido pelo diretor da unidade quem dividirá a cela com o ex-governador.
Na quarta-feira 24, a Vara de Execuções Penais havia proibido a transferência de Cabral para o antigo BEP. O motivo era a ausência de uma câmera de segurança com vista para o acesso de pessoas e veículos na entrada da unidade. A Seap afirma que o equipamento foi instalado no mesmo dia, cujo local é monitorado por 53 câmeras.
Sérgio Cabral é réu em nove processos da Lava Jato e está preso desde novembro. Segundo a Justiça, o ex-governador é acusado de lavagem de dinheiro e de ser responsável por uma organização criminosa que desviou mais de R$ 20 milhões de diversas obras públicas do estado. Caso seja condenado com a pena máxima nos nove processos em que é réu, o ex-governador do PMDB pode ser sentenciado a mais de 530 anos de cadeia.