O bicheiro Rogério Andrade foi levado na manhã desta terça-feira, 12, para a penitenciária federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O presídio é de segurança máxima, e a transferência foi determinada após ordem da 1ª Vara Criminal da Capital. A operação, que aconteceu por volta das 9h, contou com o apoio de quatro viaturas da Secretaria de Administração Penitenciária, que o levaram até o Aeroporto do Galeão, onde o contraventor foi entregue à Polícia Federal.
Até então, Rogério estava na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, no Complexo de Gericinó, no Rio. A ida para um presídio de segurança máxima, contudo, estava prevista desde sua prisão, em 29 de outubro. A escolha da prisão de Campo Grande como destino do bicheiro foi da Secretaria Nacional de Políticas Penais. Lá, ele terá atenção especial das autoridades com um Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), um formato com regras mais rígidas voltado para criminosos de alta periculosidade.
Preso na Operação Último Ato, Rogério é acusado como o mandante da morte do também contraventor Fernando Iggnacio, executado em novembro de 2020 no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste carioca. A ação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência, ambos do MPRJ.
Sobrinho de Castor de Andrade, morto em 1997 e um dos responsáveis pela expansão e organização do jogo do bicho no Rio, Rogério é quem controla hoje o espólio do tio. Ele é visto como um dos líderes de uma nova cúpula na contravenção fluminense e, portanto, um dos mais poderosos contraventores. Fernando Iggnacio, por sua vez, era genro de Castor e passou a administrar parte dos negócios escusos da família, as máquinas de caça-níqueis, depois de casar com sua filha.
Em Campo Grande, Rogério estará no mesmo complexo penitenciário que outros chefes do crime organizado fluminense, como o miliciano Luiz Antonio da Silva Braga, o Zinho, que comandava a maior milícia do estado, na Zona Oeste da capital, e o traficante Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho. Também está preso no local o deputado federal Chiquinho Brazão, apontado como o mandante da morte da ex-vereadora Marielle Franco.