Ato na Paulista contra Blindagem e anistia empata público com 7 de setembro bolsonarista

A manifestação contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia realizada neste domingo, 21, convocada por movimentos de esquerda em várias capitais e cidades do Brasil, reuniu cerca de 42,4 mil pessoas na avenida Paulista, segundo estimativa do Monitor do Debate Político no Meio Digital do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). É a mesma quantidade de pessoas que esteve no ato bolsonarista do dia 7 de setembro, também na capital paulista, segundo levantamento feito pelos mesmos pesquisadores.

O monitoramento do Cebrap, feito em parceria com a ONG More in Common, utiliza o método Point to Point Network (P2PNet), desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China, em parceria com a Tencent. Os pesquisadores captam imagens aéreas feiras por drones e aplicam recursos de inteligência articificial para contabilizar a quantidade de pessoas presentes.

Para chegar à estimativa de público deste domingo, foram feitas imagens aéreas em quatro horários: 14h10, 14h45, 15h22, e 16h06 (momento em que a avenida Paulista ficou mais cheia). Com margem de erro de 12%, o cálculo aponta que, no momento de pico, o público chegou a 47,5 mil participantes.

O número deste domingo é bastante próximo à quantidade de pessoas que esteve nas ruas na avenida Paulista no último 7 de setembro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em protesto contra seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do golpe de estado. Dias depois da manifestação, o ex-presidente recebeu uma pena de 27 anos e três meses de prisão no caso.

‘Sem anistia’

O ato deste domingo aconteceu na frente do MASP, puxado por sindicatos ligados ao PSOL, PT e PCdoB. Bandeiras, cartazes e adesivos com os dizeres “Sem anistia” foram distribuídos, além de leques de papel com críticas à chamada “PEC da Bandidagem”, apelido dado pelos opositores à proposta que limita a abertura de processos criminais contra parlamentares e endurece as condições para prisões.

Visualmente, o protesto ocupou ao menos três quarteirões da avenida no meio da tarde. Entre os políticos presentes, destacaram-se nomes do PSOL, como Luiza Erundina, Guilherme Boulos e Erika Hilton, além de deputados estaduais e vereadores da legenda.

A manifestação acontece em resposta ao avanço da proposta no Congresso, aprovada em primeira votação na Câmara, que também abre espaço para discussões sobre anistia a condenados pelo 8 de janeiro. O texto ainda depende de nova votação e de análise no Senado para entrar em vigor. Além de São Paulo, o ato aconteceu em outras 21 capitais e em pelo menos trinta cidades espalhadas pelo país.

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