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Artistas e amigos lamentam a morte de Carlos Heitor Cony

O escritor faleceu na noite de sexta-feira, 5 deixando vasta produção de romances, contos e crônicas do autor ao longo de sua carreira

Por Da Redação
Atualizado em 6 jan 2018, 13h42 - Publicado em 6 jan 2018, 13h39

O escritor Carlos Heitor Cony morreu na noite de sexta-feira, 5, de falência múltipla de órgãos, deixando vasta produção de romances, contos e crônicas do autor ao longo de sua carreira. Escritores, amigos e artistas lamentaram a morte do autor.

“Era meu grande amigo. Eu conhecia o Cony desde os anos 60. Mantivemos uma amizade boa, nos encontrávamos, conversávamos, ele mandava seus livros para mim. Era um amigo presente até nos momentos ruins”, disse o jornalista e escritor Cícero Sandroni. “Ele entrou na Academia em 2000 e cinco anos depois eu entrei. Ele votou em mim, isso me deixou honrado. A obra do Cony foi fundamental para o neo-realismo brasileiro, ele veio pela linha dos romances de costumes cariocas, um ponto de vista da sociedade moderna. Ele foi inovador”, completou Cícero.

“É sempre lamentável quando morre um jornalista e escritor da relevância do Cony. A gente está perdendo uma geração… É uma pena. Livros como ‘Quase Memória’ e ‘O Piano e a Orquestra’ são muito importantes”, disse o escritor Milton Hatoum.

“Primeiro que eu gostava muito dele como amigo. E, para a minha geração, ele foi um jornalista e escritor muito importante. Com o livro ‘O Ato e o Fato’ ele enfrentou a ditadura e tudo aquilo que esmagava a gente. Ele mostrou que era possível resistir escrevendo”, disse o romancista Ignácio de Loyola Brandão.

“Eu lamento muito, gostava da obra e dele pessoalmente. O bom é que ele foi ativo até o final. Um intelectual rigoroso que vai fazer muita falta”, lamentou Luis Fernando Verissimo.

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“Para a minha geração, criada nuns restos de beletrismo, Cony foi, com O Ventre, romance de estreia, a revelação de uma saudável literatura de maus modos. Depois, o jornalista que se opôs de bate-pronto ao golpe. Parecia morto para a literatura quando, em 1995, ressurgiu com Quase Memória, romance forte e tocante, e a ela permaneceu fiel até o fim, deixando sua marca não só na ficção como na crônica”, contou o jornalista e escritor Humberto Werneck.

“Ele conjugava humanismo com uma sólida formação intelectual. Também tinha uma sólida formação teólogica, mas se dizia incrédulo. Eu acho que ele tinha uma certa ‘nostalgia de Deus’. Mas tem uma história que eu gostaria de contar. Nós conversávamos muito sobre cachorros. Ele tinha uma paixão por uma cadelinha que se chamava Mila. Cony dizia: “Nunca amei tanto como amei minha Mila. E eu nunca fui amado por alguém como ela me amou”. O livro Quase Memória se deve a Mila também. Cony, que estava há muitos anos sem escrever, notou que ao pressionar as teclas da máquina de escrever, ele apaziguava as dores da cachorrinha que estava doente. Era como se ela dissesse: “Escreve, Cony; escreve, Cony…”, contou a escritora Nélida Piñon.

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