Em meados de abril, o Greenpeace divulgou um relatório que aponta que as escavadeiras têm sido protagonistas na expansão do garimpo ilegal em terras indígenas na região amazônica. O estudo, realizado entre 2021 e 2023, identificou que cerca de 42% das máquinas presentes nos territórios Kayapó, Munduruku e Yanomami foram fabricadas pela Hyundai e que revendedores autorizados da multinacional sul-coreana recentemente passaram a se instalar próximos aos locais onde ocorrem as práticas criminosas.
Do outro lado do mundo, na sede da empresa, ambientalistas e um líder indígena do povo Kayapó, Doto Takak Ire, levaram o assunto à imprensa da Coreia do Sul, com objetivo de pressionar a montadora a parar de contribuir com o garimpo e consequente desmatamento da Amazônia.
Nesta sexta-feira, 28, a Hyundai publicou um comunicado oficial admitindo a gravidade das consequências da violação das terras indígenas e da Amazônia e se comprometeu a parar temporariamente de vender máquinas pesadas para nos estados de Roraima, Amazonas e Pará.
Caterpillar, Volvo, Komatsu, empresas que também foram apontadas como centro do problema, ainda não tomaram medidas para coibir o uso irregular de suas escavadeiras.
Em nota enviada a VEJA, a Hyundai esclarece que “não vende máquinas ou qualquer outro produto e serviço para empresas ou pessoas envolvidas em garimpos e operações ilegais”. Leia o posicionamento completo:
“Em resposta à reportagem veiculada nesta sexta-feira, 28/04, no portal Veja, a Volvo esclarece que não vende máquinas ou qualquer outro produto e serviço para empresas ou pessoas envolvidas em garimpos e operações ilegais. A marca é signatária do pacto para o desenvolvimento sustentável – estratégia 2030, da ONU. Temos um processo de Vendas Responsáveis com vários requisitos para fechar negócios, incluindo, em alguns casos, a exigência de certidões de órgãos competentes.
As escavadeiras Volvo eventualmente encontradas nessas operações certamente são equipamentos usados, que possivelmente já passaram por várias revendas. O ciclo de vida útil de uma máquina é muito longo, pode durar décadas. Embora saibamos qual trabalho a máquina vai fazer na primeira operação, infelizmente não é possível acompanhar as sucessivas revendas e sua utilização ao longo dos anos.”
As escavadeiras Volvo eventualmente encontradas nessas operações certamente são equipamentos usados, que possivelmente já passaram por várias revendas. O ciclo de vida útil de uma máquina é muito longo, pode durar décadas. Embora saibamos qual trabalho a máquina vai fazer na primeira operação, infelizmente não é possível acompanhar as sucessivas revendas e sua utilização ao longo dos anos.