Depois de dois anos e meio preso em Curitiba, o empresário Marcelo Odebrecht deixa nesta terça-feira (19) a carceragem da Polícia Federal. Ele vai cumprir dois anos e meio em prisão domiciliar em sua mansão em São Paulo, com tornozeleira eletrônica. A mudança está prevista no acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal.
Nos momentos anteriores à sua saída, Marcelo Odebrecht mostrava-se feliz com o fim da prisão na capital paranaense. Entre todos os presos na operação Lava Jato, o executivo era considerado um dos psicologicamente mais fortes e educados. Também era tido como um preso obediente.
Marcelo Odebrecht foi condenado a 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa no âmbito da Operação Lava Jato. Depois de cumprir o período de prisão em casa, a pena do executivo vai progredir para mais dois anos e meio de regime semiaberto. Ele poderá sair de casa durante o dia e deverá prestar serviços à comunidade. Por fim, Odebrecht concluirá sua pena em regime aberto.
Apesar de ter sido impedido, por determinação da Justiça, de retomar ao comando da Odebrecht e de pertencer aos quadros da empresa pelos próximos dez anos, Marcelo se mostra disposta a voltar a trabalhar. Conforme revelou VEJA, o ex-empresário descobriu nos documentos que estabelecem as condições de seu acordo de delação com a PGR que não há nenhum impedimento para que ele atue como terceirizado da empreiteira.
No regime aberto, Marcelo teria a possibilidade de criar uma empresa que prestaria serviços, inclusive, à própria Odebrecht. Além disso, o ex-empresário permanece detentor de 5% da holding familiar e, com auxílio de familiares, poderia ter ainda alguma influência no conselho administrativo da empresa, ainda presidida pelo seu pai Emílio Odebrecht, que deve sair do cargo em abril de 2018.
O patriarca da família, assim como outros membros, teme que a saída de Marcelo da prisão possa ter um efeito negativo para imagem e, consequentemente, a sobrevivência da empresa. O receio é que ele ainda pudesse influenciar os diretores da empreiteira. No último dia 11 de dezembro, Emílio anunciou que nenhum membro da família poderá mais presidir a companhia.